quinta-feira, 22 de abril de 2010

Heróis de verdade na tragédia do Rio

Outro dia acabamos de assistir a um discurso de um Deputado Federal, experiente homem público deste país. Este discurso foi passado por um canal de TV fechada e se deu no plenário da Câmara dos Deputados. O citado político tem larga vivencia em segurança pública e porque não falar, na própria defesa social.

No seu pronunciamento, houve uma denuncia onde se atribuiu a responsabilidade pela tragédia acontecida no Estado do Rio de Janeiro, que culminou com a morte de mais de duzentas pessoas, ao poder público daquela entidade federativa: Governo do Estado e Prefeitura. Responsabilidades a parte, não se pode imputar somente à administração pública a culpabilidade por fenômenos causados pela força da natureza, muito embora saibamos que eles acontecem principalmente em virtude da intervenção direta do ser humano no meio ambiente. Como se sabe, quando se devasta e degrada, a própria natureza se encarrega de dar a resposta, ainda que tardiamente para nós mesmos ou para as futuras gerações. Isto foi o que se notou no Rio de Janeiro. Muita gente não enxerga este fato ou pura e simplesmente finge, numa hipocrisia desmesurada, não ver tais problemas acontecendo bem debaixo de nosso nariz. Estamos matando lentamente nossa terra e nem percebemos ou pior, fingimos não perceber. Todavia a natureza cobra o seu preço.

E onde entra a responsabilidade do Estado neste caso? Esta pode ser atribuída a partir do momento em que permite a ocupação desordenada do solo nas proximidades de encostas ou em terrenos que tenham sido usados para outro fins como no caso do morro do Bumba, local onde muitas pessoas perderam a vida. Mas é só do Estado? Claro que não. É de um todo 

Num primeiro momento, é culpa da ação direta das pessoas que decidem se estabelecer em determinada área, não medindo esforços e nem poupando trabalho para a execução do intento. Depois vem o poder público em atitude permissiva referendando a ocupação, para isso fornecendo água, luz e demais serviços necessários a sobrevivência nas grandes urbes. Utiliza-se para tanto de empresas estatais ou mesmo as de capital privado que lucram muito para prestarem tais serviços. Sem falar nos políticos profissionais que adoram comunidades necessitadas para fazer seu curral eleitoreiro.

Desta forma, esquece-se de políticas de inclusão no tocante à moradia, saúde, educação e segurança públicas antes que se invadam áreas consideradas non aedificandi. Também olvidam de propiciar a retirada pacífica e com garantias de direitos, de pessoas instaladas em áreas de risco no momento em que o poder público não propicia programas e projetos na área de habitação e inclusão social. Dá no que tem dado e este problema não é só do Rio de Janeiro mas de toda a Federação.

 Então, enquanto as coisas acontecem, só restam mesmo os heróis de verdade para auxiliar às pessoas em meio às suas próprias dificuldades, pois sabemos que as Policiais Militares e Bombeiros Militares brasileiros trabalham todos nos limites que lhe são impostos pelo poder público. Para isso dão o melhor de si na pessoa de cada guardião, cada bombeiro destemido deste pais, principalmente aqueles que labutam nos Estados mais propícios à catástrofes naturais ou provocadas.

Foi por isto que o Deputado em seu discurso conclamou a todos os deputados para votarem com urgência a PEC 300, pois com ela dar-se-ia melhores condições de existência para Bombeiros e policiais Militares deste pais. Mas nem só de bons salários vivem PMs e BMs. É preciso mais e melhores investimentos. É preciso mais qualificação profissional e é preciso e muito necessário, melhores condições de trabalho para todos os servidores da segurança e defesa civil deste país.

Nobres parlamentares. Tenham a coragem de políticos como este, assim como o do outros homens públicos que tem fibra e lutam pela melhorias no sistema de segurança e de defesa civil desta nação, cumpram com o seu fundamental papel nesta democracia representativa e façam valer a força do poder legislativo do Brasil. Elejam como prioridades da atual legislatura a educação, a segurança e a saúde e façam um país mais justo, igualitário e seguro de se viver. Façam do Brasil um exemplo para as demais nações. E todos nós, policiais e bombeiros do Brasil, estamos e sempre estaremos prontos incondicionalmente para defendermos nossa pátria em quaisquer situações.




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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.