domingo, 24 de janeiro de 2010

A terra treme no RN e o povo brinca

     Segunda feira, dia onze de janeiro de dois mil e dez, estava na casa de minha mãe lá no Pajuçara II a conversar com um amigo, após filar a bóia como um bom filho que sempre à casa torna. Escorado na parede como estava, com o braço fazendo um apoio, de repente, por volta das 12:55h sente-se um abalo. A principio pensamos que fosse algo diferente, mas de logo veio a realidade. A terra estava tremendo. Era um abalo do tipo dos que ocorreram no ano de 1985, onde em virtude de ter sido em maior escala, as pessoas ficaram mais temerosas e uns inclusive diziam que próximo estava o fim do mundo e ninguém sorriu que eu lembre.
     Pois bem, em momentos seguintes os telefones não mais pararam, era notícia chegando a cada minuto. Quando voltei ao trabalho percebi que todos comentavam o acontecido, cada um contando a sua maneira o que tinha sentido. No momento em que liguei o computador e visualizei o sitio do “tuiter”, de relacionamento na internet, pude perceber que as pessoas estavam levando o fato na brincadeira, não conseguindo enxergar a magnitude o acontecimento.
     Nos noticiários das emissoras locais as pessoas sorriam como se estivessem se divertindo com o inusitado. Um colunista até escreveu, até que enfim, algo diferente no RN, como se aquilo fosse algo bom. No “tuiter” os mais brincalhões escreviam as coisas mais engraçadas. “Natal acaba de pedir sua atenção”, em referencia ao recurso em um dos bate papo da internet, quando o internauta chama a atenção do outro fazendo que o computador vibre.
     É o se divertir com o que poderia ser uma catástrofe. Um dia depois, vem a noticia da tragédia no Haiti. Aproximadamente cem mil mortos não se sabe ao certo e entre eles, aproximadamente duas dezenas de brasileiros que deixam famílias tristes e desamparadas. Todos ficamos muito consternados. E ai surge a questão. Isso também poderia ter acontecido por aqui. Infelizmente é a realidade e não poderíamos estar brincando com o fato. A cidade de Porto Príncipe foi totalmente aniquilada pelo terremoto. A ajuda internacional chega a todo momento. O país ficou em desamparo, não há hospitais; a policia foi desestruturada e há histórico de violência crescente no entre os sobreviventes. O estado de necessidade, a fome e o desespero fazem com que as pessoas, na ânsia de sobreviver, percam o sentido da moral e retornem a um estado de natureza, como dizia Rousseau e outros contratualistas.
     Então, naquele país ninguém mais está sorrindo. Isso somente acontece quando as heroínas e heróis de verdade, conseguem ainda resgatar as pessoas dos escombros. O Haiti sempre foi um pais que viveu muitas tragédias, desde políticas; de pobreza; corrupção e as catástrofes naturais. Mas, também houve lindas histórias como a libertação dos escravos anos antes do Brasil e isso à fórceps. Hoje são mais de nove milhões de desvalidos. E quando penso nisso e vejo as pessoas brincando com o nosso terremoto que atingiu três pontos, muito significativos na escala que mede a intensidade dos movimentos tectônicos, fico preocupado. Preocupado porque não temos estrutura para suportar abalos de sete pontos. Nossa engenharia não é projetada para resistir a terremotos, até porque não é caso comum eles acontecerem entre nós e oxalá, nunca aconteçam neste pais tropical, como o Haiti, mas abençoado por Deus, como dizia a canção.
     Muitos podem dizer, ah, mas isso é natural do brasileiro, esse humor inato que ri das coisas difíceis e zomba do incompreensível. Tudo bem, mas quando fazemos um comparativo com outras nações sujeitas às intempéries naturais, vemos que elas não são tão sorridentes assim e procuram sempre estar preparadas para os sinistros da natureza, muitos deles provocados pelo próprio homem.
     Enfim, desejo que este tipo de acontecimento nunca ocorra nosso Brasil, muito menos no Rio Grande do Norte. Bastam as cheias no Vale do Açu, as enchentes em São Paulo, a seca no nosso amado Nordeste, quando as ajudas demoram a chegar. Estamos vendo a magnitude dos problemas. Que este momento trágico para os nossos irmãos haitianos sirva de reflexão e possam ter algum significado para aqueles que brincaram diante dos acontecimentos da natureza.
     O Brasil está fazendo seu papel desde que a ONU entendeu necessário, isto com as heróicas pessoas do Exército, das Polícias Militares, das ONGs e demais entidades brasileiras que há tempos tentam ajudar na reconstrução de uma pátria. Viva Toussaint Louverture, viva o Haiti.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ação rápida e eficaz da PM-RN

     Ficamos todos atônitos ao recebermos a notícia de que três policiais militares foram presos em flagrante após o cometimento de assalto à mão armada e com o agravante de estarem usando equipamentos, viatura, uniformes e armamentos da própria Policia Militar do Estado.

     Agora vem a pergunta que não é só nossa, mas de toda a sociedade potiguar: como é que pessoas que estão imbuídas do dever público, que são pagas com o dinheiro do contribuinte repassado em derrama para a fazenda, ao invés de estarem trabalhando para manter a segurança e tranqüilidade públicas, passarem para o lado da criminalidade contribuindo assim para o aumento da violência? É preciso separação das coisas. Criou-se o jargão no meio de segurança que policia é policia e bandido é bandido. Não se admite que um policial use das prerrogativas dos meios que dispõe para o cometimento de crimes, que inclusive agrava o tipo penal.
     Pois bem, eis que o fato aconteceu e a sociedade exige providencias rápidas, severas e eficazes. Este tipo de servidor público policial não deve permanecer nas fileiras da corporação que tem uma história de sesquicentenária de batalhas e glórias em defesa da sociedade potiguar. A Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte precisa de homens e mulheres que sejam comprometidos com o serviço público. Devem ser pessoas honestas e capazes de, arriscando a própria vida, defender a todos dos riscos do dia a dia na nossa sociedade.
     Menos mal que a própria corporação dispõe de meios para efetivar ações positivas, fazendo com que pessoas de má índole, sejam de pronto excluídas, garantido o devido processo legal, do meio dos bons profissionais que são a grande maioria na Polícia Militar. Para isso estão os Oficiais e Praças preparados para dar o primeiro combate quando ocorrem os desvios de condutas. Conta para tal com uma Corregedoria forte, formada por Oficiais, Graduados e demais Praças com conhecimento técnico na área humanística do Direito, principalmente do Direito Penal Militar, casos em que os policiais estão especificamente envolvidos quando dos delitos que lhes são próprios.
     A sociedade sabe e aplaude a constante busca de melhorias nas condições materiais de trabalho e também na qualidade de vida dos policiais militares, procurando com isso eliminar a corrupção nas corporações. Lembramo-nos que para o ingresso na PM em início dos anos noventa, exigia-se apenas o primeiro grau. O salário de um Policial Militar era semelhante ao salário mínimo vigente. Os equipamentos e armamentos eram mais escassos, as condições de trabalho eram muito piores e as dificuldades eram terríveis, embora a criminalidade fosse menor.
     Na atualidade, pode observar que nenhum policial militar do Estado do Rio Grande do Norte, mesmo ainda não tendo condições semelhantes ao policial de Brasília, ente federativo que não produz absolutamente nada, exceto muitas denuncias de corrupção, está muito mais valorizado. O salário do PM embora não ideal para os padrões que hoje se exige, não é, e nunca foi motivo para o policial justifique uma atitude incompatível com a lei, como se deu no caso dos policiais presos em flagrante. Hoje as associações buscam sempre as melhorias na qualidade de vida do policial defendendo os bons e honestos. Não compactuam de nenhuma forma com desvios de condutas, embora devam ser garantidos sempre a ampla defesa e o contraditório aos que se desvirtuam desse sacerdócio que é o serviço policial-militar. Isso nosso Estado democrático de direito exige.
     Afirmamos que neste caso, a PM-RN agiu rápida e eficazmente nessa prisão e estará sempre pronta para agir quando houver cometimento de crimes ou outros abusos das pessoas que são consideradas guardiãs da sociedade, ao mesmo tempo em que prontamente estará apta e atenta para defender os policiais íntegros e comprometidos com a causa da segurança.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um paraiso chamado Zumbi

     Distando cinqüenta quilômetros de Natal, a contar do inicio da BR 101 norte, fica a linda praia de Zumbi. Coqueirais, barraquinhas, praia e rio fazem a alegria dos seus moradores assim como a dos veranistas e visitantes que no mesmo distrito gozam de águas excelentes para o banho, consumo e lazer.
     Um dos lugares mais freqüentados daquele distrito, que faz parte do Município de Rio do Fogo, é a chamada Barrinha, que nada mais é que a foz do Rio Punaú, lindo rio perene de águas caudalosas em Zumbi que deságua no Atlântico, contornando a areia da praia ao sabor das marés e da força deste rio. Este rio nunca fica no mesmo local em sua foz, sempre muda, é impressionante.
     Neste local milhares de banhistas passam o dia todo, pois as águas são rasas, ideais para o banho da criançada. A temperatura da água é bastante agradável, e o solo arenoso do leito do rio que é de praia, faz a permanência na água mais segura e aprazível. Quando se está lá, não se tem mais vontade de sair.
     Para quem aprecia também uma pescaria marítima artesanal, a foz do rio é um lugar excelente, principalmente quando da maré alta, onde as águas do mar adentram no rio e se com ele se confunde. Há também à beira mar, no centro da comunidade de Zumbi, linda orla marítima enleada de coqueiros, o que dá um charme todo especial a este lugar. O coqueiral propicia aos visitantes uma linda vista além de sombra refrescante. Por se situar numa parte mais alta da praia, tem se uma das mais belas paisagens do mar em nosso Estado, vislumbrando-se dali longa extensão de praias de areias branquinhas e coqueirais típicos, vendo-se ao longe a Praia de Pititinga de não menos rara beleza.
     Mas nem só de beleza vive a praia de Zumbi. Há uma paisagem que impressiona pela sua imponência. Falamos da usina de energia eólica que fica nos arredores da comunidade. De onde estivermos em Zumbi, podemos vislumbrar as grandes torres que  giram vinte e quatro horas com hélices que se movem ao sabor dos ventos, produzindo assim uma energia limpa, sustentável e que é uma grande alternativa energética para o nosso Estado. Tanto que já estão loteando outras áreas para a produção dessa energia. Lembram-nos os incríveis moinhos de ventos de Cervantes.
     A pesca comercial no Distrito de Zumbi é grande fonte de renda para os seus moradores. Podemos ver ao longo da praia central, dezenas de barcos pesqueiros, e quando chegam do mar trazendo o fruto do trabalho que vai sustentar as famílias locais a cena é impressionante. Atuns, albacoras, guaiubas, serras e dezenas de outros peixes não menos nobres, são trazidos diariamente para a comunidade onde são comercializados localmente e ou enviados para os grandes centros urbanos. Os pescadores são organizados, tendo o profissional o beneficio do seguro desemprego pago pelo governo federal em épocas de defeso para a proteção da fauna marinha.
     Todavia, apesar de toda essa rara beleza que encanta os visitantes em Zumbi há pequenos problemas que com vontade política e ações podem facilmente ser resolvidos. Como em qualquer distrito, há problemas de limpeza pública e de esgotamento sanitário. Também o acesso à praia a partir da BR 101 norte é de barro é que sabemos inclusive há projeto para a feitura da estrada de Zumbi, apenas seis quilômetros de asfalto resolveriam. As pessoas também não fazem a sua parte e infelizmente podemos vê-las jogar garrafas, latas e sacolas plásticas ao longo do rio e da praia e como a limpeza não é regular, as vezes há lixo onde não deveria haver e isso é muito ruim para a comunidade. Infelizmente, a nossa educação ainda não nos propicia uma consciência de proteção ao meio ambiente. A segurança é um outro pequeno problema. Não há posto policial no distrito e isso acarretara visita indesejada de pessoas de meliantes, principalmente no verão.
     Mas, em linhas gerais, a paisagem e a beleza natural de tão encantador lugar compensa. É tanto que do inicio da década passada para hoje houve um aumento significativo de veranistas procurando esse espaço privilegiado na orla marítima potiguar, onde há opções de lazer tanto em praia ou em água doce. Convidamo-lhes a conhecer essa linda praia de Zumbi, maravilhosa e que com pequenas ações políticas pode se tornar uma referencia no turismo potiguar. Acho que encontramos nosso paraíso.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.