terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre a Corrupção


     Ao que se nos apresenta, o tema há muito virou moda no Brasil. Em todos os poderes constituídos ouvimos rumores de malversação de verbas públicas. O pior de tudo isso é que pessoas comuns, empresários e empresas também participam de esquemas que usurpam dividendos do erário e deixam milhares de pessoas à ver navios, ou pior, sem ver nada mesmo. E o que ainda é mais aterrador, é que grande parcela das pessoas até acha normal, ao ponto de dizer “se eu estivesse lá faria a mesma coisa” ou “rouba, mas faz”.
     O quantum de dinheiro que é pilhado todos os dias seria suficiente para deixar todos os brasileiros com uma saúde digna, uma educação adequada e um sistema de segurança que deixasse realmente todos os cidadãos com condições razoáveis de vida. Mas, o roubo é tamanho que crianças, adultos e idosos vivem a mercê dos parcos investimentos que ainda assim,  muitas das vezes são surrupiados. Dez por cento, vinte e até mais de comissão, é prática comum nas negociatas com alguns gestores dos bens públicos.
    O que mais dói mesmo são as penalidades aplicadas aos criminosos de colarinho branco. Estas são demasiadamente brandas em nosso pais, desproporcionais ao mal que afligem a todos. Nalguns países mais fechados, caso um gestor público tenha sido flagrado pilhando verbas públicas, penalidades máximas como e morte, não são descartadas. Por aqui, caso o indivíduo fique preso, tem todas as regalias e comodidades e passa tempo mínimo possível com direito a cela especial ou mesmo em prisão especial. É o Brasil em que a propaganda oficial reproduz ser um país de todos, pode até ser, mas estes “todos” são muito poucos. Para o caso de magistrados criminosos, a pena é aposentadoria compulsória com vencimentos integrais. 
      Diversos eventos permearam a mídia na última década e ao que parece, continua no mesmo diapasão. O mensalão, dólares na cueca, juiz lalau, “valerioduto”, escândalos em Brasília envolvendo o gestor mor daquele Distrito Federal, e agora a mais nova atividade: o banho de cachoeira: bicheiro comprando políticos e partidos envoltos em negociatas escusas onde figuras até então impolutas da vida pública brasileira se encontram sendo desmascaradas no jogo da corrupção e do lucro fácil.
        Há o caso recente de uma empresa construtora que já amealhou em contratos com o governo federal mais de 3,5 bi e só num Estado da Federação já embolsou mais de 1,5 bi, onde a gestão governamental mandou prender e tratar como criminosos Bombeiros Militares que lutavam por melhores condições de trabalho e vencimentos. Justamente estes que são verdadeiros heróis que salvaguardam pessoas diuturnamente tratados como meliantes, enquanto isso quadros políticos voando de jatinho particular e festejando em hotéis de luxo em Mônaco e Paris às custas do dinheiro que falta à saúde, educação e segurança.
      Por aqui não ficamos para trás, já ocorreu venda de empresas públicas que quase resultou em CPI estadual; esquema da Inspeção veicular; esquema do Inmetro RN, mais recentemente a rifa dos precatórios entre outros escândalos que parecem não demover a opinião pública que há algo estranho e errado no ar há muito tempo e precisa mudar.
       Até quando iremos suportar este tipo de conduta? Eu acredito que ainda demore algumas décadas ainda para que possamos nos livrar do mal dos políticos profissionais em maus gestores e demais autoridades que só visam o locupletamento particular e de seus asseclas. Todavia ainda enxergo esperança de um Brasil mais justo e digno no dia em que enxotarmos essa cambada de aproveitadores que só se apresentam em épocas eleitorais para usurpar nossos votos.
      Apesar de tudo, ainda acredito na Justiça principalmente no CNJ onde uma mulher vem pisando na cabeça de umas figuras arcaicas que também apoiam este tipo de conduta porque também dependem dela para propriamente se locupletarem. Fora os demais agentes políticos que usam a máquina pública para manterem um padrão de vida de primeiro mundo num país ainda que a esmagadora maioria das pessoas ainda vivem na pobreza. 
       Ainda acredito num Ministério Público quando este passar a fazer a função de fiscal da lei e exigir o cumprimento da norma a partir dos ricos e dos que vivem faustosamente à custa do dinheiro do povo e acima de tudo, acredito na força do povo brasileiro. É hora então de começar uma nova era na política. Chega de vender o voto, chega de trocar por migalhas. É hora de dar um basta em tudo isso.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.