domingo, 25 de abril de 2010

Artigo do Capitão PM-RN Correia Lima

Tiradentes o Patrono da Polícia Militar

     Mascate; Minerador; Médico Prático-Dentista; Militar; Membro da Maçonaria; Mártir da Independência do Brasil; Ativista Político Brasileiro; Mito; Patrono Cívico da Nação Brasileira e Patrono das Polícias Militares. Vários são os arquétipos de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Contudo, o mais importante e acima de tudo, é o de ser brasileiro.

     Nasceu na Fazenda do Pombal, na Vila de São José Del Rei (atual cidade mineira de Tiradentes) em 1746, porém foi criado na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), Minas Gerais. Descendente de família católica e de condição média foi batizado em 12 de novembro daquele ano. Seu pai era um pequeno fazendeiro. Teve seis irmãos, sendo o quarto filho. Ficou órfão da mãe, Maria Antônia da Encarnação Xavier, que era brasileira, em 06 de dezembro de 1755, aos 09 anos de idade. E aos 11 anos, do pai, Domingos da Silva Santos, que era português. Passando a morar com suas tias na Vila.
    
 O Padre Domingos, seu irmão, encarregou-se de instruí-lo, de modo que Joaquim José adquiriu sólidos conhecimentos e se tornou dentista, médico e engenheiro de sucesso. Conviveu com seu padrinho Sebastião Ferreira Leitão, que era licenciado em cirurgia, de quem e aprendeu e praticou tal ofício,. Tornou-se conhecido, na sua época, na então capitania, por sua habilidade com que arrancava e colocava novos dentes feitos por ele mesmo, com grande arte. Daí surgindo à alcunha de “TIRADENTES”.

     Em 1781 , em Minas Gerias , foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões com responsabilidade de patrulhar o “caminho novo” estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais, nesse período Tiradentes se aproximou de pessoas que tinham os ideais republicanos e que criticavam a exploração Portuguesa de nossas riquezas. Por motivo de insatisfação com a não promoção, Joaquim José da Silva Xavier pediu licença da cavalaria em 1787, vindo a fixar domicílio no Rio de janeiro, onde teve a oportunidade de criar grandes projetos como o bonde do Pão de Açúcar, e por não ter sido executado, volta para Minas e retoma os contatos com quem era contra a exploração de Portugal. Tiradentes viu as idéias da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos e tentou Praticar essas em sua luta.

      A Maçonaria teve um papel fundamental e essencial em quase todos os movimentos de emancipação política e independência de praticamente todo o continente americano, e na luta contra o absolutismo monárquico, surgidos nos séculos XVIII e XIX, época em que o mundo estava passando por grandes e inúmeras transformações políticas e sociais. Nesta época, movimentos como a independência dos Estados Unidos da América, a Revolução Francesa difundiam idéias de liberdade política e emancipação que se disseminavam através de toda a América Espanhola [3] e América Portuguesa, ou seja, o Brasil.

     Com a derrama, uma medida administrativa, a ser executada pelo novo governador de Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, Visconde de Barbacena, afetou as elites Mineiras, o movimento teve seu início na noite da insurreição e os líderes da Inconfidência saíram as Ruas de Vila Rica, dizendo “Viva á República”, ganhando à adesão da População. O visconde de Barbacena suspende a derrama e esvazia o movimento. Contudo, Veio a Traição, Joaquim Silvério dos Reis, que era um inconfidente, foi ao palácio de governo e denunciou os companheiros, e o Coronel do Exercito Português foi perdoado de suas dívidas e ganhou Prêmios pela traição.

     Tiradentes foi preso em 10 de maio de 1789, no Rio de Janeiro, onde tencionava fazer a propaganda do movimento revolucionário, sendo conduzido para a Fortaleza de S. José, Ilha das Cobras, em seguida, removido para o hospital da Ordem Terceira de S. Francisco, em 23 de setembro de 1791, e posteriormente para a Cadeia Velha, em 17 de abril de 1792, donde saiu para ser enforcado. Foi iniciado um processo contra todos os revolucionários. Permaneceu incomunicável numa masmorra escura por quase três anos. Durante o processo de investigação, denominado Devassa, foi ouvido quatro vezes e confrontado com seus denunciadores e co-réus. A princípio negou tudo, mas diante de outros depoimentos assumiu a responsabilidade do levante, inocentando os demais conspiradores. Durante seu desenrolar defendeu a causa republicana, admitindo voluntariamente ser o líder do movimento.

      Os líderes do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos negaram sua participação no movimento, menos Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns tem a pena transformada em prisão temporária, outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na prisão, onde provavelmente foi assassinado.Tiradentes era um excelente comunicador e orador. Sua capacidade de organização e liderança fez com que fosse o escolhido para liderar a Inconfidência Mineira.

     Mais tarde, o dia 21 de abril se tornou feriado nacional, e, pela lei 4.867, de 9 de dezembro de 1965,  Tiradentes foi proclamado Patrono Cívico da Nação Brasileira. "A Inconfidência não pretendia apenas libertar Minas e o Brasil do jugo da Metrópole. Queria - e isto é o que precisa ficar bem claro - formar aqui uma grande nação republicana, com suas indústrias e possuindo um corpo de leis moderníssimas, de acordo com os postulados revolucionários que agitavam a França e por influência inglesa e francesa tinham já sido vitoriosos nos Estados Unidos." (Brasil Gerson, in "História Popular de Tiradentes").

     Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim José dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.

     A condenação de Tiradentes foi de uma crueldade terrível. Foi enforcado em praça pública, no Campo de São Domingos, no Rio de Janeiro. Depois, sua cabeça foi cortada e levada até a cidade de Vila Rica, para ser pregada no alto de um poste. O resto do seu corpo foi dividido em quatro partes e pregado pelos caminhos de Minas Gerais. Sua casa foi arrasada e seus possíveis filhos foram declarados infames.

Sentença de condenação de Tiradentes, proferida pelo tribunal de alçada em 18 de abril de 1792.

(...) Portanto, condenam ao réu Joaquim da Silva Xavier, por alcunha de Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas Gerais, a que, com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morra morte natural, para sempre, e que depois de morto, lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, aonde, em lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também o consuma. Declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão, pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu.
Viva a Polícia Militar, Viva Tiradentes!

Carlos André Correia Lima Moreno – Cap. PM
Especialista em segurança Pública e Cidadania

Um comentário:

Kátia disse...

Os Tiradentes hodiernos trabalham numa escala estafante e fazem bicos para complementar a sua renda...

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