Com o título, quem cheira mata, a revista Veja desta semana mostra ao Brasil em reportagem especial uma verdade incomoda: a de que o comércio das drogas ilícitas só existe porque simplesmente há quem o sustente.
A matéria em si está voltada principalmente para o Estado do Rio de Janeiro onde o consumo de drogas, mais do que em qualquer outra parte, gera violência sem igual, ceifando anualmente centenas de vidas. Contudo, é bom que se considere que o problema não é somente daquele Estado da Federação, mas se estende por todo o Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos.
O consumo de drogas acaba por criar um círculo vicioso que começa com a simples compra de um “cigarrinho” ou outra coisa do tipo, que gera receita ilegal que, expandindo-se por outros setores da economia escusa, financia outros lucrativos negócios como o tráfico de armas, aquisição de bens através de lavagem de dinheiro e outros crimes que se associam ao tráfico, gerando sempre mais violência no meio social.

Por fim, a matéria jornalística deixa claro também que somente com políticas sérias, voltadas para a prevenção, aliada a uma atuante repressão é como se poderá amenizar o problema, que não é tão fácil de se resolver. Hoje se age mais repressivamente preferindo-se o confronto direto, o que tem trazido enormes perdas pessoais e materiais.
Já está devidamente comprovado que somente com ocupações de áreas dominadas pelo tráfico com força policial não resolve a demanda, tendo em vista que há o deslocamento do tráfico para um outro setor. Em outras palavras, apenas se transfere o problema para uma outra parte, que com um tempo estará na mesma situação fática da área anterior ocupada. Com um agravante, quando o poder público sai da área ocupada, esta volta a ser dominada gradativamente pelo tráfico. Corolário disso haverá agora mais áreas com problemas.
O que se deseja de fato é uma ação estatal permanente, pois se se colocar somente o Estado como força repressora em determinados setores urbanos, não propiciando políticas de inclusão social, inclusive de emprego e renda, somente se afastará o problema, agindo-se paliativamente, pois como se sabe, a criminalidade na sua dinâmica, migra.
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