domingo, 18 de outubro de 2009

Aumento do consumo de drogas no RN

           Em recente matéria num jornal de grande circulação no Estado no mês outubro de 2009, publicou-se dados sobre o aumento do consumo de drogas no Estado Rio Grande do Norte. O que é mais preocupante é o fato da impotencia das nossas corporações policiais em combater o grosso do tráfico, como afirmam alguns dos principais responsáveis pela gestão da segurança pública no Estado.
          Segundo o Delegado responsável pelo combate direto ao tráfico de entorpecentes, o problema é que não se consegue prender os chamados "traficantes de barganha", termo usado pelo delegado para definir as pessoas que distribuem o grosso das drogas para os chamados "traficantes de varejo",  pequenos traficantes.
         Ainda conforme as declarações do policial, estes traficantes gozam de certas prerrogativas para o seu ilegal comércio porque têm inclusive proteção da própria polícia, não especificando o delegado, qual das corporações policiais. Falou também do número insuficiente de profissionais para o trabalho de contenção direta do tráfico de entorpecentes, além de citar que a policia tem mapeadas os principais pontos de entrada das drogas no Estado, vindo principalmente, no caso do "crack" do Paraguai, entrando por Foz do Iguaçú-PR,  todavia, não são capazes de conduzir um trabalho mais ousado e eficaz por falta de meios humanos e materiais, segundo o policial. Disso resulta que apenas vão parar nas cadeias os traficantes de varejo e não os distribuidores.
         Já o comando da Polícia Militar disse que o problema se encontra nas leis, tendo em vista que a policia prende e em pouco tempo, a justiça solta. Todavia sabe-se que o problema não é somente com a lei. Disse também na reportagem que no Brasil não se dá prioridade ao combate direto as drogas e não se procura auxiliar  o dependente químico, e citou um importante programa utilizado pela PM na prevenção ao uso de drogas, o chamado PROERD, Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência, como um dos vetores mais importante na prevenção do uso de drogas e que através da informação procura evitar um primeiro contato com este mundo nefasto.
        Enquanto as autoridades procuram dar explicações acerca do agravamento do problema, milhares de crianças, jovens e adultos mergulham no quase sem volta mundo das drogas. Negócío que movimenta milhões em dinheiro e não se preocupa com os efeitos nocivos à população.

        É preciso conjugação de forças, não somente do lado repressivo, que é importante, mas também na prevenção, como o trabalho do PROERD e também o investimento em centros de atenção e tratamento para dependentes, que na sua grande maioria, não tem condiçoes  financeiras para bancar um tratatamento particular. As nossas leis são suficientes para se punir os infratores, oferecendo inclusive tratamento diferenciado para usuários, o problema é que a lei anti drogas não é cumprida à risca, principalmente no que toca as ações de prevenção com trabalhos de infra estrutura.
        É preciso também uma maior conscientização do papel da familia enquanto primeira instancia da sociedade, lócus onde se propagam os primeiros saberes e conhecimento de mundo. É necessária a valorização dos principios humanitários e de comunidade, para que nossas crianças e jovens não trilhem por este caminho obscuro da vida e que só tem a trazer grandes prejuízos. É preciso também políticas públicas voltadas para os setores mais carentes da sociedade, como mais investimentos em educação, saúde e melhoria nas condições materiais de existencia da parcela menos favorecida da população.
         Será somente com ações integradas entre o poder público e a sociedade civil organizada, que se poderá ter resultados satisfatórios no tocante à diminuição do consumo e do combate ao comércio ilegal de entorpecentes.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.