terça-feira, 30 de agosto de 2011

Policiais Comunitários III


           O projeto piloto do Ronda Cidadã já está em plena atividade na área de circunscrição do 4º Batalhão de Polícia Militar na Zona Norte de Natal, especificamente no Bairro Nossa Senhora da Apresentação. Este policiamento tipicamente comunitário já tem apresentado alguns resultados na área: aumento no número de ocorrências atendidas, diminuição do número de homicídios e de roubos na comunidade, segundo dados do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública, CIOSP.
Agora com a inovação de se colocar Agentes de Policia Civil nas bases comunitárias do projeto Ronda Cidadã, os serviços à população serão estendidos e, por conseguinte, melhorados. Boletins de ocorrências poderão ser efetuados nas bases do Ronda Cidadã além de outras orientações pertinentes.
      Agora voltando a discorrer sobre os aspectos que deverão ser empreendidos pelos policiais comunitários, temos que: a fim de estabelecer a verdadeira parceria com a comunidade, será necessário atender-lhe as demandas. Deve-se ter em mente que os componentes centrais da filosofia que deverá nortear o serviço da polícia comunitária são dois: a parceria e a resolução dos problemas. Uma forma simples de constatar se a prática está em acordo com a teoria é o policial se questionar: “Estamos conseguindo trazer a comunidade até nós?” e “Estamos conseguindo resolver os problemas da comunidade?”.
         Em relação aos comandantes e supervisores, o papel muda. Não se tem mais a missão de fazer cumprir ordens e fiscalizar o seu cumprimento. Na filosofia que se pretende implantar, deverá haver uma profunda colaboração entre os supervisores e os policiais comunitários. Orientar, motivar e apoiar, gerenciar  os problemas das unidades operacionais e principalmente fornecer auxílio as respostas das demandas diversas passam a ser tarefas rotineiras. É necessário que o comandante e supervisores tenham a capacidade de gerenciar equipes multifuncionais, engajando-se no planejamento estratégico.

O Comandante deverá delegar autoridade a sua equipe, promovendo encontros periódicos com a mesma para discutir planos, atividades e resultados. Nessas reuniões deverá haver avaliação do progresso ou fracasso das estratégias, táticas, programas ou respostas baseadas nos indicadores de desempenho fornecidas pela própria equipe e a comunidade.
            Falar em policiamento comunitário no Brasil é antes de tudo, falar no principio da democracia em se tratando de um Estado Democrático de Direito como se intitula o Brasil. Com a inserção da noção de policiamento comunitário em todos os Estados da Federação, o Brasil dá um passo importante para a concepção de uma policia moderna, mais justa e acessível que não trata as pessoas através de estereótipos, mas busca na prestação de serviços, ser útil e eficiente para toda a sociedade. O reconhecimento do policial que representa o Estado nas mais simples das ocasiões é um dos melhores indicadores de uma nova polícia, mais efetiva, mais cidadã.
            O principio norteador das ações de policiamento comunitário, como o próprio nome já esclarece, é vislumbrado quando se cristaliza a colocação da policia mais junto ao povo, submetendo as suas ações e práxis aos ideais da busca de uma sociedade mais justa. Neste sentido, as injustiças socioeconômicas e políticas, devem ficar de fora, dando lugar à harmoniosa e pacifica tranqüilidade publica, objetivo final da segurança publica.
 E é com a iniciativa do policiamento comunitário, que podemos enxergar o afloramento deste princípio, “lócus” onde se estabelece uma sintonia entre os interesses dos cidadãos e das corporações policiais que tem buscado sempre a excelência em seus serviços ao longo de mais de cento e setenta anos de existência.
            Portanto, a nossa fala final é positiva para o que trata de implementação de políticas de segurança publica voltadas para uma policia cidadã, baseadas nos princípios filosóficos de policiamento comunitário. Não somente deve uma unidade dentro da organização policial se voltar para a questão do policiamento comunitário, mas toda a organização, buscando sempre a integração e interação com os outros órgãos de segurança, como é o caso da Policia Civil, que no nosso Estado, pouco tem se voltado para as questões comunitárias. Com o Ronda Cidadã, parece que esta instituição entra de vez no processo do policiamento comunitário.
            E será somente assim que faremos uma Policia mais cidadã, voltada realmente para atingir o objetivo social desejado por todos, que é a criação e manutenção de uma comunidade mais justa, unida e integrada na busca dos ideais de justiça e cidadania para todos, sem distinções, com menores níveis de violência.

Imagem da web

2 comentários:

Jânio Gilvan disse...

se a polícia conseguir levar adiante essa filosofia,vamos trasformar a realidade de toda uma população, até então esquecida.
sei o quanto é dificil levar um planejamento por muito tempo, pois as forças politicas querem imediatismo, e tedem a atender pedidos das pseudas lideranças comunitarias. mas estamos no caminho certo, parabéns pelo texto e pelo ecelente trabalho.

Jânio Gilvan

Mairton Dantas Castelo Branco disse...

Concordo, amigo. Temos que acreditar nesta filosofia de trabalho. Sei que é extremamente difícil, todavia não impossível. Só falta mesmo vontade política de quem pode. Obg pelo comentário.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.