segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Policiais Comunitários II


           
          Continuando a discorrer sobre o policial comunitário, que agora no Rio Grande do Norte tem tomado a nomenclatura policial comunitário da Ronda Cidadã, temos que: é importante que o Policial esteja acessível aos cidadãos, que possam contar com ele. O uso de um aparelho celular com caixa postal facilita esse contato. O estabelecimento de uma base no Bairro (base de policiamento comunitário), com linha telefônica para o contato com as pessoas da comunidade, são itens que beneficiam esse contato.
A manutenção de uma sala própria para atendimento na unidade operacional da área, também. A questão de se andar a pé no bairro na verdade consiste em capacitar e reorientar o policial para voltar a ter com a comunidade proativamente, “modus operandi” que foi aos poucos sendo abandonada pela PM preferindo-se o atendimento do tipo tempo-resposta em viaturas motorizadas. Quando se começou a discutir policiamento comunitário, constatou-se que nas comunidades onde o patrulhamento era feito a pé, as pessoas tinham melhores sentimentos em relação ao policial e sentiam-se mais seguras. É só pegarmos o exemplo do policiamento das cidades menos povoadas. Numa cidade como João Dias-RN, por exemplo, faz-se um verdadeiro policiamento comunitário e tantas outras cidades do interior.
Comparando-se o patrulhamento a pé em diversas cidades, foi constatado que quando feito de forma a articular a comunidade com liberdade com os policiais, reduziu-se significativamente o crime em relação aos locais onde o policiamento a pé ou em viaturas havia sido feito aleatoriamente sem um planejamento prévio.
É usual o estabelecimento de uma carga horária compatível com  o serviço a ser realizado, incluindo-se aí o tempo gasto no comparecimento dos policiais comunitários a reuniões com a comunidade e o contato com os diversos órgãos para a discussão dos problemas que acometem o bairro. Fator muito importante para o policiamento. O policial deve ter uma escala que ao mesmo tempo em que lhe  possa garantir o total empenho no trabalho, possa também ter seu descanso, que é salutar a realização do trabalho.

            Uma vez identificada a área em que se vai patrulhar, o policial comunitário deve gastar pelo menos duas semanas para familiarizar-se com a área de sua população. Deverá circular livremente pela área para conhecer a geografia e os pontos principais, observando a localização de igrejas, lojas, órgãos públicos e escolas, fazendo contato com o clero da área, os proprietários de negócios, os diretores de escolas e os responsáveis diretos pelos órgãos públicos locais.
Poderá caminhar por toda a área e conversar com as pessoas ao acaso, explicando que é um policial comunitário completo, designado para aquela área em caráter de longo prazo, oferecendo-lhes seu cartão de visitas, mencionando que irá atender às chamadas e ocorrências feitas e registradas na base comunitária. Discutirá com essas pessoas os problemas que acontecem no bairro, pedindo para priorizá-los e vendo quais destas pessoas estariam dispostas a colaborar para resolver o problema.

            Em seguida, o policial comunitário deverá se apresentar de porta em porta, apresentando-se para a pessoa que lhe atender e explicando o seu papel. Deve começar o seu serviço ouvindo as informações do dia anterior e se houver ligações anotadas, deve as retornar. Deve o policial identificar e trabalhar conjuntamente com os “seis grandes”, para assegurar o êxito dos esforços da polícia comunitária. São eles: a própria
polícia, a comunidade, as autoridades eleitas, a comunidade de negócios, a mídia e outras instituições: organizações não governamentais, clubes lazer  e de serviços, grupos de obra de caridade e outras organizações sociais congêneres e afins.

Após identificar e estabelecer problemas e preocupações em comum, o policial Comunitário deve procurar resolver os problemas, tomando decisões e começando a agir. No início será difícil articular a comunidade, mas ao presenciar o desempenho do policial comunitário e perceber que não é um serviço “comum” que lhe está sendo oferecido, as resistências deverão diminuir gradativamente de acordo com as atividades.  Se necessário, o policial deverá solicitar o apoio de sua instituição para tentar solucionar os problemas trazidos pelas pessoas.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.