segunda-feira, 9 de agosto de 2010

brasileiros não confiam na polícia.

Este foi o titulo em letras garrafais de matéria jornalística em jornal de grande circulação na mídia potiguar no domingo, dia 08 de agosto do corrente ano. O título bem que poderia ser “Brasileiros não confiam na justiça”; Brasileiros não confiam na Igreja”; Brasileiros não confiam no Congresso Nacional”; Brasileiros não confiam nos partidos políticos” entre outras categorias genéricas escolhidas para uma pesquisa aleatória realizada pelo Instituto Getúlio Vargas de São Paulo com relação ao senso de confiabilidade destes Institutos. Todavia, o repórter, o editor e o dono do Jornal entenderam que o título acima caia melhor, venderia melhor a matéria descendo a caneta sobre as costas da instituição policial. Isto é da práxis de parte dos meios de comunicação. Execrando a polícia, vende-se mais, dá ibope.

Nos cinco Estados em que foi realizada a pesquisa, o Rio Grande do Norte não participou, as Forças Armadas estão acima da policia em termos de confiança, aparecendo com um percentual de 63% dos entrevistados em afirmação positiva da confiabilidade. Como dissemos, Instituições como Justiça, Congresso Nacional, Partidos Políticos e até mesmo a Igreja Católica, pasmem, figuraram, em termos de confiabilidade, bem abaixo da policia, esta com 38% dos entrevistados dizendo que confiam nos serviços policiais.

Mas esse quadro discriminatório é esperado pelos policiais, pois entendemos que além das dificuldades materiais e organizacionais que enfrentamos todos os dias, o serviço policial, a bem da coletividade, é espécie de desafio. Um desafio a quem resolve cometer delitos ou ilícitos sejam contratuais ou não. Já existia um ditado muito antigo e repetido aos milhares de vezes na lide policial. “ Polícia longe faz falta e perto incomoda”. Infelizmente alguém tem que fazer o papel repressivo do Estado, e, nessa conjuntura, acabou pesando o encargo sobre os ombros das instituições policiais do país. Outrora, não faz muito tempo, era também as Forças Armadas o terror do Estado de Direito, mas com o romper da alvorada democrática, coube a policia o papel de braço armado do Estado no âmbito interno da Nação como meio de garantir a segurança jurídica.

Mas, voltando ao cerne da questão, porque da policia, mesmo ficando em uma parte intermediária da tabela da confiança da população, o repórter escreveu, interpretando os dados da pesquisa à maneira própria e o editor fez questão de colocar que, insistindo no tema, “Brasileiros não confiam na polícia? Que cargas ideológicas recaem nessa assertiva, baseada na pesquisa, mas ao mesmo tempo questionável por ter havido uma interpretação pessoal do repórter? Ora, entre os entes pesquisados, há aqueles que apresentaram menor índice de confiabilidade mas mesmo assim, o malho só recai sobre a policia.

No mesmo jornal, houve entrevista publicada dizendo que a policia dá mais medo à população de que propriamente os bandidos, no que foi em parte, refutada pelo entrevistado. Isto reflete o grau de discriminação que sofre os membros das policias, principalmente a Militar que trabalha às claras, ostensivamente, olho no olho. Quem já não ouviu a grotesca frase? “menino, não faça isso, pois a policia vai lhe prender!”. Subjaz no inconsciente das pessoas e cada vez mais é inflamada por setores da mídia que só publicam matérias negativas sobre as instituições policiais, esquecendo-se dos programas sociais e serviços prestados, mesmo diante de toda a precariedade.

Para não falarmos dos maus policiais. Estes a todo o custo estão sendo banidos das corporações, pois não se admite que um número ínfimo deles macule a instituição que somente trabalha para o bem da sociedade. Cadeia e expulsão para aqueles que usam a policia para auferir benefícios próprios incompatíveis com que a carreira policial possa lhe propiciar. Este é o papel dos órgãos de controle da policia, as corregedorias e em âmbito externo, o Ministério Público.

Um dado importante que está sendo em breve corrigido pelas autoridades legislativas e executivas do nosso pais é a questão salarial. A disparidade entre os Estados faz com que o policial procure o bico para manter sua sobrevivência familiar com dignidade. Enquanto há Estados que pagam satisfatoriamente aos seus servidores policiais, outros existem que pagam um salário aviltante para a realização de trabalho de risco do policial.

Quanto há falta de estrutura, cremos que aos poucos esta vai deixar de existir, pois não há como se prestar um bom serviço se não há qualidade nos meios disponíveis. Cremos que com estes poucos ajustes, a Policia possa voltar a figurar entre os patamares mais altos dos níveis de confiança da população, pois é ela o laço mais democrático entre o poder público e a povo, não somente em termos repressivos, mas sociais e pedagógicos ai quem sabe, essa parcela da mídia brasileira pare de querer vender seus produtos nas costas das instituições policiais.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.