sábado, 12 de março de 2011

Valorização policial – Campanha 2011



  Iniciou-se neste ano de 2011, passado o período das festas de veraneio, preparo tradicional para o restante do árduo ano, a campanha de valorização do profissional de segurança pública por todo o Brasil.
As redes sociais estão fervilhando, pois desde o ano passado, quando a legislatura federal deu um naco de esperança à categoria policial no Brasil, aprovando em primeiro turno o piso nacional para policiais militares, bombeiros e civis, as esperanças de ver um país menos acometido da doença crônica da violência, aumentaram, pois, não se vence esse monstro que estende seus tentáculos no país em todas as suas formas, sem a devida valorização da mulher e do homem que está batendo de frente no problema.
As conseqüências da falta de valorização policial são sentidas a cada dia. Membros das forças de segurança sendo vilipendiados nas suas funções e fora delas, no seio familiar ou no meio dos logradouros; policiais sendo desmoralizados e humilhados por outros policiais, como no caso da escrivã de São Paulo, presa por receber uma propina, pasmem, de R$ 200,00; outros sendo mortos e feridos no exercício da profissão sem cobertura das falácias midiáticas dos direitos humanos e sem o devido apoio das instituições que também padecem de falta de meios para atender a grande demanda de servidores lesionados, não somente no aspecto físico, mas principalmente na saúde mental, tendo em vista que o estresse e o desgaste são grandes no cotidiano policial.
Mas os ventos da mudança começam a aparecer no litoral e avançam para o interior do país. De norte a sul, oeste a leste, esse enorme contingente policial, maior do que as forças armadas, está se unindo em prol de toda a sociedade como um bem maior. Em alguns Estados da Federação,  governantes e membros do poder legislativo, entendendo a necessidade premente de se investir com firmeza, fazendo da segurança pública projeto de Estado e não de governo, já acenam para uma maior valorização da pessoa humana que está no dia a dia nas ruas deste país. Nos quartéis, em prédios públicos, nos departamentos de polícia ou em quaisquer situações onde a força policial, mantenedora da ordem democrática, for solicitada para propiciar a devida segurança, os policiais brasileiros estão prontos para atuar no auxílio público.
No Estado do Rio Grande do Norte, está acontecendo neste dia 12 de março de 2011, um dos primeiros eventos da campanha de valorização do policial. As associações policiais se encontram reunidas no auditório do IFRN, debatendo as propostas para o ano, entre elas a aprovação do novo estatuto dos policiais militares, as propostas da implantação do subsídio e outras melhorias materiais e pessoais para os servidores militares. Mas não pára por aí: a associação dos oficiais e o clube  também se reúnem periodicamente, de forma ordeira e democrática, para que não venha trazer prejuízo para a sociedade, e estão, concomitantemente às demais associações, na incessante busca das necessárias mudanças e melhorias no quadro da segurança pública do Estado.
Diante dessas movimentações ordeiras e pacíficas, as autoridades gestoras tem que entender que a sociedade cada vez mais clama e requer bons policiais, honestos, corajosos, não temerosos aos percalços e perigos da carreira policial e, dessa forma, sentem a necessidade de cada vez mais investir nestas pessoas que, diuturnamente, arriscam as próprias vidas em benefício da sociedade.
Mas não são somente as categorias policiais que devem buscar um Estado mais justo. Um país e um Estado de verdade e respeitador dos direitos do cidadão, deve tratar com dignidade todo o seu corpo de servidores, pois afinal, são estes que manifestam as ações do Estado. Sozinho este existe apenas por convenção social. São as pessoas que o fazem quando prestam serviços aos demais membros da sociedade. Então, Educadores, Profissionais da Saúde Pública e demais Servidores do Estado podem também iniciar seus movimentos pacíficos em prol da valorização e por conseguinte, em busca da tão esperada melhoria no serviço público brasileiro. Não adianta o governo federal pagar muito bem aos seus educadores e demais profissionais enquanto os Estados da Federação pagam salários incompatíveis com àqueles, aos servidores estaduais. No final das contas, somos uma nação e muito embora tenhamos as diferenças geográficas e regionais, compomos a República Federativa do Brasil e pela Constituição Federal, todos devem ser tratados da mesma maneira, sem distinções. 

Um comentário:

ildebran disse...

Lembrança de morrer


Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
— Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh'alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade — é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos — bem poucos — e que não zombavam
Quando, em noite de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo....
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nelas
— Foi poeta — sonhou — e amou na vida.—(foi PM sonhou com a PEC e....)

Sombras do vale, noites da montanha
Que minh'alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua prantear-me a lousa!

Álvares de Azevedo
(1831-1852)

Pesquisar este blog

Gestão do Blog

Minha foto
Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.