Caminhando, pedalando, dirigindo ou pilotando pelas ruas da nossa capital e demais cidades que compõe a região metropolitana de Natal observamos que as categorias de usuários da via se misturam, mas se mostram contrários entre si. Como sabemos a ordem de prioridade nas vias para a legislação de transito no Brasil é inversa à que sugere o título deste artigo. Assim os maiores tem o dever de proteger os menores no sentido de porte e tamanho, por assim dizer, e todos devem obedecer as regras.
Tem prioridade no transito primeiramente os pedestres, em seguida os ciclistas e por último os motociclistas motoristas. Acontece que às vezes quem está na ordem superior desta classificação, não quer tomar conhecimento daquele que por dever e obrigação deveria proteger, por pura falta de educação. Dessa forma pode-se constatar que maus condutores fazem pouco caso dos ciclistas e pedestres. Às vezes os primeiros demonstram atitudes grosseiras, amedrontado, tirando fino, como se diz aqui na terra. Isso sem falar na deselegância dos impropérios e buzinadas gratuitas o que torna o simples caminhar e pedalar um ato de extrema coragem.
Mas também há parcela de culpa do ente público. No nosso país prioriza-se a produção em larga escala de automóveis em detrimento de um transporte público de qualidade. Aliado a isso também não se coloca em prática projetos voltados para a proteção dos pedestres e ciclistas e as vias das grandes cidades não dão espaço para esses usuários e nem os condutores respeitam os que existem.
Analisemos os últimos projetos feitos para a nossa Capital. Primeiro o da Bernardo Vieira, muito badalado, pois ia de vez resolver o problema do transito nessa importante via de acesso de nossa cidade que interliga os principais bairros centrais aos da vizinha Zona Norte. O que se viu? Priorizou-se o meio de transporte coletivo, parabéns, todavia, pedestres e ciclistas não foram muito contemplados e este último sequer o foi. Anda-se nas calçadas sem uma proteção adequada e ainda assim estas servem em muitos casos de estacionamentos, haja vista a falta destes no projeto. Quanto aos pontos de travessia dos pedestres, encheram-se a via de faixas sinalizadas, o que foi muito bom, todavia tornou o transito insuportável principalmente horas de pico. Mas, e em que pé se encontra a nossa Bernardo Vieira hoje? faixas se apagando, os prismas de divisão de faixa principalmente da faixa exclusiva de ônibus estão sumindo e as paradas não estão tendo muita manutenção. Já é hora de revisão da projeto.


É somente com educação e projetos de mobilidade com segurança para todos que conseguiremos fazer um transito mais racional sem tantas vítimas. Se não mudarmos os paradigmas, continuaremos por longo tempo a ter problemas entre condutores, ciclistas e pedestres, que sempre se confundem na mesma pessoa, só depende do momento.