Certo dia iniciamos uma pequena contenda com três pessoas que insistiam em retirar areia de uma duna situada numa praia de um município litorâneo. Tentamos explicar àquelas pessoas que aquele trecho era uma área de preservação e que o ato praticado por eles era considerado lesivo ao meio ambiente e que poderia inclusive ensejar uma sanção penal.
Simples assim, um dos citados cidadãos nos disse que precisava trabalhar para dar de comer a família dele, portanto, que poderíamos trazer quem quiséssemos porque primeiro viria a sobrevivência dos seus. Ficamos deveras chocado com tal atitude mas, isso refletira puramente, além de um total desrespeito a vida e uma afronta direta as futuras gerações outros acontecimentos de igual ou superior monta no cotidiano e nem nos damos conta. Havia naqueles gestos e palavras um total desconhecimento da realidade e do mal que estamos causando a nós mesmos. Reflexo também da qualidade da educação que estamos oferecendo a nossa própria geração.

Ai nos perguntamos: porque nos importar com uma simples duna se estão destruindo os mananciais do planeta? Se estão construindo aqui mesmo, nos rincões potiguares, condomínios na mata ciliar do Rio Pitimbú na divisa de Natal e Parnamirim que até cemitério tem. É claro, vão dizer os responsáveis: está tudo licenciado! Mas é lógico que está licenciado, e quem duvida disso? Desde quando para se obter uma licença ambiental para construir condomínios na margem de rios aqui é difícil? O meio ambiente? Ora o meio ambiente! Mas, puro reflexo, não sabemos se por influencia ideológica mesmo, aquela em que cuidamos entender nos bancos acadêmicos das faculdades da vida, não conseguimos calar diante de tamanho descalabro e pelo menos, gritamos!
Mas o desenvolvimento precisa continuar. Um arvoredo ou um manancial não pode ser fato impeditivo para o progresso. A humanidade cresce, a população precisa de espaço para se reproduzir. Solução: devastar. Mas e quanto as políticas de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável? Será somente clichês de campanha? Será mais uma das artimanhas dos inteligentes para amealhar parte do poder e poder reparti-lo com os apaniguados? Não sabemos ao certo. A única certeza é que é preciso mudanças drásticas na política de proteção ambiental.
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