quarta-feira, 26 de maio de 2010

Violência ou violências?

      Quando discutimos o tema violência, logo nos vem a mente aquele tipo mais comum de violencia  que é mais aparente: a violencia física propriamente dita, ocasionada por diversos fatores da nossa práxis enquanto sociedade. Todavia, a violência, neste aspecto, é apenas uma das facetas deste termo que congloba uma gama de vertentes que se espraiam no nosso meio social.
      A par disto, existem em nossa sociedade diversas formas de violências que são disfarçadas do nosso cotidiano de diferentes formas. Coloca-se ideologicamente que a violência física é a grande vilã da sociedade, quando sabemos (alguns sabem) que ela é apenas o corolário das violências sociais silenciosamente postas a nós e, diante disso, as vezes  nem nos damos conta. O pane et circens continua fazendo efeito entre nós.
      Para ilustrar melhor, basta que vislumbremos a política injusta que se faz aos aposentados neste pais; a falta de um rede de saúde eficaz que abranja a todos sem distinção com serviços de qualidade e que não obrigue aos brasileiros desembolsaram parte de seus salários, já dilapidatoriamente mordidos pela ganancia do fisco, para garantir um pouco de saúde. Serviços estes que só enriquecerem grupos que controlam os planos de saúde neste país. E familias inteiras vivendo nos lixões das cidades? E as crianças abandonadas debaixo dos semáforos? Mais exemplos? a deficiencia na educação que coloca o Brasil no ranking dos países mais iletrados do mundo competindo em grau negativo com países muito mais pobres que o nosso (e olha que não somos pobres) pobres são as pessoas que elegemos para serem nossos representantes, que na grande maioria, só pensam nos seus interesses particulares e no máximo nos de seus apaniguados. E tem muito mais violência encoberta pelo manto ideológico da violência das grandes urbes.
    Mais ainda? Querem violência maior que o superfaturamento de obras públicas, onde um número mínimo de pessoas, geralmente as que tem interesse maior nos negócios, enriquecem sem causa cada vez mais e do dia para noite? Tudo isso em detrimento das políticas educacionais, de saúde, segurança, lazer e distribuição de rendas.
     E ainda acham pouco essas violências gratuitas para os brasileiros e assim debocham, brigando entre si, num simulacro de jogo, dizendo que projetos que trazem melhorias para os aposentados ou a paridade entre salários de categorias profissionais como a dos policiais militares, representariam um rombo para os cofres públicos. Piada de mal gosto.
     Triste quadro de violências que assolam nossa nação que vive relegada a segundo e terceiros planos. Muitas das vezes as pessoas são enganadas com falsas promessas ou pela troca de migalhas por votos, isto  por pura falta de conhecimento e senso crítico. Por falta de educação mesmo.  Porque coisa que certos agentes politicos não desejam é que o povo seja culto, ciente dos seus direitos, pois assim, inibir-se-iam as políticas enganatórias neste país.
     E depois de tudo, transferem a responsabilidade pela violência na nossa sociedade somente para os aparatos policiais. Violência esta propiciada por condutas  daquele tipo vil de agente político conquistador de poder, riqueza e fama, mas, que dela é blindado porque percebem grandes somas em numerários que podem pagar seu luxo e sua segurança. Assim fica fácil. Imputar a culpabilidade pela violência desmesurada que assola nossos centros urbanos aos setores de segurança do poder público, parece ser o modo mais fácil de mascarar a verdade. Como se sabe, com raríssimas exceções, tais aparatos de segurança trabalham com o mínimo de disponibilidade sem reconhecimento profissional, sem os equipamentos e materiais necessários a lide com os problemas de segurança causado, via de regra, por essa politica nefasta que se instalou no Brasil de alguns anos para os dias atuais.
     Mas, creio não se poder enganar uma população por muito tempo. Em algum momento, mesmo que por meios próprios, a sociedade civil organizada vai acordar, e, reivindicando seu justo direito de forma ordeira e pacífica, por meio do voto consciente, deixará de colocar para gerir nossos destinos pessoas do timbre das que ai estão hoje. E finalmente, o Brasil poderá figurar como uma potencia mundial, luz para o mundo, deixando de percurtir a violencia física, causada por outras vertentes da violencia como o consumo de  drogas, má distribuição de renda, injustiças sociais, e aquela  será controlada e poderemos viver melhor, pois as práticas honestas, administração austera e sem apadrinhamentos de quaisquer espécies, propiciarão uma sociedade mais justa, digna e igualitaria, coisa que há muito tempo esperamos.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.