Que título mais duvidoso

"Até jornais grandes erram, seja por descuido ou por dolo mesmo. Do título desta matéria depreende-se que os vereadores de São José de Mipipú-RN, são totalmente contra a duplicação de uma importante rodovia, a BR 101, que liga de norte a sul o país. Quando adentramos na leitura, percebemos na verdade, o que os representantes legislativos daquele município querem mesmo é a contemplação de acessos ligando as duas margens da BR pelo centro da cidade, coisa que inicialmente não estão previstos. Numa manifestação legítima exigem do poder público que se crie nesta obra, meios de interligar a cidade, sob pena de parte dela ficar ilhada, só podendo encontrar um acesso de volta há quilómetros de distancia do centro. Justo, todavia, quando se lê só o título, tem-se uma compreensão errada da mensagem. Isto acontece na imprensa brasileira, feita por jornalistas profissionais." Dica Segura"

Vereadores são contra duplicação

Publicação: 22 de Maio de 2010

     Os vereadores de São José do Mipibu ameaçam procurar o Ministério Público Federal e tentar a paralisação na Justiça das obras de duplicação da BR-101 porque o projeto não contempla a construção de acessos para o centro da cidade. Ontem pela manhã, a Câmara de Vereadores e a prefeita Norma Ferreira promoveram um bloqueio na pista da BR como advertência. A argumentação dos descontentes é que a pista “divide” São José do Mipibu e a falta de um retorno e de uma passarela isola a população de vários bairros do centro, onde a maior parte da infraestrutura da cidade está localizada.

Kamilo Marinho

      A prefeita Norma Ferreira afirma que projeto fere direito de ir e vir da população do municípioDe acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores, Kériclis Alves, cerca de 10 mil pessoas, localizadas nos bairros à esquerda da BR-101, no sentido Natal-São José, estão com dificuldades para se deslocar até o centro da cidade, cuja entrada fica do outro lado da pista. Como não há passarela e o trânsito é muito intenso, é difícil fazer a travessia. Contudo, após a finalização das obras, o que é difícil ficará impossível, pois o canteiro central da pista duplicada terá um pequeno muro. O retorno mais próximo do local, no sentido Nísia Floresta, fica a dois quilômetros de distância, e no sentido Natal fica a cinco quilômetros.

    “O que nós queremos simplesmente é garantir o direito de ir e vir da nossa população”, discursou a prefeita de São José do Mipibu, Norma Ferreira, durante o protesto. O engarrafamento, nos dois sentidos da pista, chegou a um quilômetro no sentido Natal e três quilômetros no sentido Nísia Floresta. Mesmo assim, a Polícia Rodoviária Federal classificou o movimento como tranquilo. “Não tivemos maiores incidentes e o trânsito não foi muito prejudicado”, disse o agente da PRF, Elton Santana. O bloqueio na BR-101 durou cerca de 20 minutos.

     O presidente da Câmara, Kériclis Alves, acrescentou que a falta de um retorno e da passarela de pedestres vai dificultar o acesso a inúmeros serviços básicos, como hospital, polícia, cemitério, bancos, entre outros. “Toda a parte de serviços está no centro. Sem esse retorno, vai ficar muito sofrida a travessia pelo local”, diz. Os vereadores de São José do Mipibu tentam há 40 dias uma audiência com o superintendente da seccional RN do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Fernando Rocha, mas sem sucesso. “Não fomos recebidos e caso não tenhamos uma confirmação em breve da construção desses equipamentos iremos ao Ministério Público Federal e à Justiça”, promete.

     Um exemplo das dificuldades causadas pela falta de um retorno e de uma passarela é a dona de casa Maria do Socorro Silva, de 47 anos, que estava com um cartaz de protesto durante a manifestação. Ela conta que chega a esperar uma hora para conseguir atravessar a pista. “Já demora por enquanto e quando fizerem esse muro vai ser pior ainda. A gente precisa ir ao banco, comprar alguma coisa e, além de correr risco, demora pra chegar”, afirma. Moradores do entorno da pista também informaram que acidentes naquela região são comuns, pela falta de uma passarela.