terça-feira, 22 de junho de 2010

Nota de Esclarecimento do Tenente PM Eromar

Gostaria de esclarecer alguns fatos ocorridos no último dia 20 de junho na cidade de Caraúbas, fatos que estão sendo divulgados na imprensa e que não correspondem com a realidade.

Realmente me encontrava na Praça do Centro de Caraúbas logo após o jogo da Seleção Brasileira, paisano e fazendo um levantamento, pois no primeiro jogo do Brasil na Copa recebi informações de que algumas pessoas consumiam entorpecentes no local, além de observar se menores conduziam veículos. Cerca de alguns minutos após minha chegada começou um grande tumulto na praça, foi quando me vi forçado a efetuar dois disparos de arma de fogo para o alto com o intuito de dispersar a multidão. Dois indivíduos que participaram da confusão foram presos pela Guarnição de Rádio Patrulha que chegou logo em seguida, fato que pode ser constatado pelo procedimento realizado na Delegacia desta cidade, ou seja, o tumulto não começou por causa dos disparos de arma de fogo, os disparos foram de advertência e para o alto com o objetivo de cessar as brigas.

Lamentavelmente, Policiais Civis da Operação Oeste, me abordaram pelas costas, sem se identificar, e me jogaram ao chão, me batendo e me algemando, momento em que me identifiquei mesmo tendo consciência que eles sabiam quem eu sou, OFICIAL DA POLICIA MILITAR, mesmo assim continuaram me batendo e me arrastando pelo chão, me jogando dentro da viatura, várias pessoas no local gritavam para os Policiais Civis dizendo que eu era o Tenente da cidade, mas os Agente da Policia Civil não deram atenção, inclusive colocando armas no rosto de pessoas que tentavam me ajudar.

Foi quando chegou a Viatura do GTO para me socorrer das agressões, momento em que os Policiais Civis apontaram suas armas para os Militares, e por pouco não aconteceu um confronto entre policias. Com muito esforço os policiais do GTO conseguiram tirar minhas algemas e me conduziram para a Delegacia de Plantão em Mossoró, pois em Caraúbas poderia ter inicio um novo confronto. Gostaria de dizer também que um dos Agentes da Policia Civil se identificou como Delegado na hora em que eu estava sendo torturado.
Esclareço também que o som ligado na praça era do trio elétrico da Prefeitura de Caraúbas, o qual foi autorizado por mim a ficar ligado até as 22h00min nos dias dos jogos da Seleção.

Infelizmente a verdade nem sempre chega primeiro aos ouvidos das autoridades competentes e na maioria das vezes mentiras são tidas como verdades, e o trabalho realizado por mim em quase 11 meses comandando o Pelotão da cidade nessa hora fica em segundo plano.

Dediquei meus últimos meses em prol da defesa e da manutenção da Ordem Pública em Caraúbas, como também em toda a Região Oeste, onde participei de várias operações a procura de criminosos da mais alta periculosidade visando sempre o bem estar da população.

Aos Oficiais da Policia Militar fica aqui o alerta, hoje fui eu, Tenente, o torturado e humilhado por Policiais Civis, amanha podem ser os Coronéis. E onde vai ficar nossa autoridade?
Vou levar até as últimas conseqüências o constrangimento que passei, vou processar todos os meus agressores.

Eromar Sátiro de Barros Júnior.

2º Tenente QOPM.
 
"Ainda falam que a Policia Militar é truculenta, despreparada e intimidadora. Deus me livre de passar pelo crivo de policiais civis como estes que chegam abordando as pessoas sem sequer saber o que está havendo. E segundo o Oficial, não foi ouvido quando se identificou, sendo pelo contrário, agredido por agentes civis. Pena que os sitios e blogs de imprensa e propriamente os blogs policiais divulgaram a primeira notícia dada pelos civis à imprensa, sequer dando atenção ao depoimento do oficial que foi agredido, mas a lógica da informação sensacionalista assim funciona. Na busca pelo leitor ou telespectador, tudo vale. Por outro lado, não creio que também seja o mais sensato atirar para o alto em via pública, todavia, quando a situação o exige, o policial tem que agir para a defesa de sua integridade física e de outrem. Que o caso seja devidamente apurado e aos responsáveis se processem, quaisquer que estejam com a razão,  criminal e civilmente por condutas incompatíveis com a ética policial."
 
Mairton Dantas Castelo Branco - Major PM-RN

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.