Costumeiramente, adotam-se duas maneiras de definir “especialista “ (1) alguém que escapou de ser ignorante em tudo, esforçando-se por ser ignorante apenas em quase tudo; (2) alguém que extrai proveito de estarem os outros convencidos que ele realmente é um pouco menos ignorante do que eles, estupor mental que o habilita a dissertar ex-cathedra sobre tema que ele domina tão mal quanto os demais. Falo isso, pois sei, por conhecimento que nas torcidas organizadas temos gente de bem, pais de família que tem amor ao seu clube, mais sem sombra de dúvidas, há no seio delas um câncer, que deve ser retirado e tenho visto vários doutrinadores falarem das polícias sem conhecimento de causa em relação a esse tema. Tratando a segurança pública com amadorismo e como se fossem conhecedores dessa matéria.
Muitas pessoas tem criticado a ação desses pseudo-torcedores, travestidos de cidadãos. Mas é certo que no Brasil há estímulos para pratica dessa violência, e para esses jovens se tornarem profissionais da violência há necessidade de certos estímulos, sem os quais isso não ocorrerá. Os principais são: IMPUNIDADE, nosso sistema criminal e prisional não funcionam; o mais difícil é feito: prisão do criminoso em flagrante daí para frente tudo emperra, e ele volta para suas atividades laborais ilegais. Um preso fica em torno de R$ 1.000,00 por mês; um menor internado em torno de R$ 1.500,00; um aluno na rede pública de ensino fundamental em R$ 120,00. A construção de uma cela média em R$ 12.000,00 e assim vai. O Estado tem que modernizar o sistema. Se a falta de educação é a causa principal da violência das torcidas, a impunidade é seu maior incentivo. Há outras causas como, por exemplo, a incapacidade do estado em recuperar seus presos, tráfico e uso de drogas e outros.
Para auxiliar no combate a violência das torcidas é necessário formar grupos de trabalho, permanentes, em todos os níveis de governo interligados e integrados por “notáveis” de todas as áreas; Ministério Público, Judiciário, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal etc. Caberia a esse grupo o estudo e a apresentação de soluções, de acordo com o nível de abrangência e competência de cada componente.
Trabalhando de forma integrada esses entes teriam a oportunidade de se contrapor a esse pseudo torcedores, simplesmente instrumentalizando o que prevê o estatuto do torcedor. Não podemos mais só agir sobre os efeitos dessa violência, se assim o fizermos estamos de uma certa forma, como aqueles que, na lavoura, digamos assim, ao cortarem um pé de urtiga estão fazendo pura e simplesmente um trabalho de poda. Nós também estamos podando a urtiga, sem, em momento algum, ir à raiz do mal, à essência do problema ou a causa da violência das torcidas. Os órgãos policias estão nessa situação, numa luta incansável em que usando uma outra figura , dizemos que estamos enxugando gelo, enquanto as causas, que são as verdadeiras origens da violência e dessa situação estão migrando para escolas, não estão sendo adequadamente combatidas por aqueles que deveriam de fato combatê-las com eficiência.
Assim Lembro, concluindo, que o homem que vive em uma comunidade é um cidadão, o que lhe propicia a cidadania, ou seja, aquela condição jurídica que pode ostentar a pessoa física ou moral, que expressa o vínculo entre o Estado e seus membros, e que, bem por isso, se de um lado pode exercitar os seus direitos, de outro, com certeza, tem a implicação na sua submissão á autoridade do estado. O cidadão como integrante de uma comunidade, é membro ativo de uma sociedade política independente e como tal sujeitos de direitos e, ao mesmo tempo, de deveres para com a mesma comunidade em que vive, e você que vai ao estádio para praticar atos de violência, seja consciente que a mão invisível estatal estará implementando ferramentas de contenção para o combate eficaz dessa situação e se fosse você, procuraria corrigir atitudes, e que a rivalidade não seja sinônimo de inimizade.
Carlos André Correia Lima Moreno- CAP PM
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