quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estupradores são feridos durante motim em Alcaçuz

Uma rebelião na tarde de ontem, na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, resultou em três estupradores feridos. Destes, dois foram encaminhados para o Hospital Walfredo Gurgel. Um deles havia sido esfaqueado e o outro passava por uma cirurgia devido as queimaduras. Ele está em estado grave. Duas mulheres que visitavam os companheiros passaram mal e uma outra desmaiou. Durante três horas cerca de 60 policiais militares tentaram conter o motim que teve início no pavilhão três, onde estavam detidos 210 presos. Nem todos participaram da confusão que teve início às 14 horas.
Júnior Santos

Major Jair Júnior, de Parnamirim, fala das medidas tomadas para controlar a rebelião de presosPoliciais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão Policial do Choque (BPChoque) e PMs do 3º Batalhão de Parnamirim foram encaminhados para o local.
Havia a suspeita de uma tentativa de fuga, motivo pelo qual o helicóptero Potiguar I da Secretária de Segurança Pública e Defesa Social sobrevoou a área.
A confusão teria sido provocada por uma decisão do diretor da unidade, o agente penitenciário federal Rogério Baicere. O agente foi diretor da Penitenciária Federal, em Mossoró, onde era considerado um bom profissional.
Baicere teria feito o remanejamento dos estupradores. Todos (com exceção do ambulante Osvaldo Pereira dos Santos, acusado de matar e esquartejar a estudante Maisla Mariano dos Santos, 11 em maio do ano passado, em Igapó, na zona Norte) foram encaminhados para o pavilhão três. Lá, estão detidos homicidas, assaltantes e traficantes de droga. Há informações de que os presos não aceitaram a permanência dos estupradores no mesmo pavilhão, motivo principal pelo início da rebelião. Os apenados também estariam revoltados pelo tratamento que é dado as companheiras. Durante as revistas elas estariam sendo humilhadas pelas agentes penitenciárias e policiais militares femininas.
Colchões foram queimados. Houve a necessidade da presença do Corpo de Bombeiros no local. Tiros também foram disparados para conter a rebelião.
Mulheres que foram visitar os companheiros (era dia de visita intima) estavam dentro da unidade quando teve início o motim. Não houve reféns, porém elas foram impedidas de sair da penitenciária até que a situação se acalma-se. Após a liberação, algumas choravam muito.
Girlene Miguel da Silva desmaiou depois de sair da unidade prisional. Em seguida, conseguiu se recuperar e desabafou: “Estava no pavilhão três desde às 9 horas. O diretor tirou os estupradores do seguro (cela destinada as pessoas que podem ser assassinadas dentro da prisão) e colocou todos juntos no pavilhão três. Ele queria que todos morressem”.
Girlene afirmou que um dos estupradores foi jogado no fogo ateado nos colchões. “Ele estuprou crianças”. A visitante preferiu não revelar o nome do companheiro.
Patrícia Silva, mulher do apenado Flávio Gomes detido por assalto e preso em Alcaçuz há três anos contou que o marido já deveria ter sido liberado pela justiça. “Flávio cumpriu a pena imposta a ele”.
O comandante do 3º Batalhão de Parnamirim, major Jair Júnior disse que os policiais militares foram acionados para gerenciar a crise e que o motim teve início devido os estupradores estarem no pavilhão destinado à outros presos. “Não houve agressão. Pedi para conversar com eles e me atenderam. A rebelião foi contida”.

O vice-diretor de Alcaçuz, o coronel João Nogueira enfocou que na quarta-feira (9) houve um princípio de motim por causa do rigor na revista.

Fonte: Tribuna do Norte.
Foto da web.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.