O Estado de S.Paulo
O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, posicionou-se contra a descriminalização do aborto. Para o tucano, a liberação promoveria uma "carnificina" no País. "Considero o aborto uma coisa terrível. Num país como o nosso, hoje, nas condições atuais, isso liberaria coisas para uma verdadeira carnificina", afirmou ontem, em sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL.
A legislação atual só permite o aborto em casos de estupro ou de risco de vida para a mãe. Para Serra, a legalização do aborto prejudicaria programas de prevenção à gravidez indesejada.
"Dificultaria o trabalho de prevenção, como no caso da gravidez na adolescência, que é um assunto muito grave. Isso liberaria, vai (ter) gravidez para todo o lado porque (a mulher) vai para o SUS e faz o aborto. Viraria um processo. O País não está preparado para isso", disse.
Outras polêmicas. Apesar da posição conservadora a respeito do aborto, o candidato se disse favorável à união civil de homossexuais e à adoção de crianças por casais gays.
"Tem tanto problema grave de crianças abandonadas no Brasil que, para a criança, é uma salvação. Se houver condições psicológicas ? isso vale para qualquer tipo de casal e qualquer tipo de pessoa ? não vejo por que não aproveitar", disse.
Ainda na seara de temas polêmicos, Serra colocou-se contra a descriminalização das drogas, contra a redução da maioridade penal e contra a pena de morte. Ele se disse a favor de cotas sociais no ensino superior, no lugar das cotas raciais.
Atrasos. Serra admitiu ter um "problema com o relógio". Ele chegou à sabatina com 44 minutos de atraso e disse ter perdido a hora ao analisar notícias do dia. "Eu detesto me atrasar. Isso eu posso dizer em minha defesa. Eu sofro também, como aqueles que esperam." / C.F.
Nenhum comentário:
Postar um comentário