O ano era 1996 e a velha pergunta sobre o que eu queria ser "quando ficasse grande", já havia sido respondida 7 anos antes, na maturidade de meus 12 anos: "Quero ser polícia como o meu pai."
Passei 21 anos de minha vida vendo o meu pai acordando às 5h30min e se preparando para ir ao quartel. Na verdade, a preparação começava na noite anterior com minha mãe engomando a farda e fixando os brevês e insígnias. Depois da Alvorada, o cheiro do pós barba invadia a casa denunciando que já era hora de sair para trabalhar. Como eu achava bonita aquela farda..., aquela preparação. Lo Gran Final acontecia quando o Soldado Evaniel parava o Gol quadradinho(o mais moderno de todos os carros e que cheirava a tuti frutti), na frente de casa e chamava: Tenente Josemar!! Tenente, já cheguei! Naquela hora o que eu mais queria era ser Tenente..., Tenente Geórgia.
Me imaginava fardada, cheia de armas, facas e toda qualidade de bombas (eu tinha certeza que o Rambo era Tenente..rs), saindo pra combater a criminalidade, digo Paulo Queixada.
Texto extraído do Blog Conexão Natal - Capitã Georgia.
E assim acontecia todas as manhãs.
Como eu contei vantagem na escola. Todo dia eu tinha uma história extraordinária: Um dia meu pai havia prendido sozinho 8 pessoas muito perigosas,no outro dia ele havia achado um corpo boiando na praia, no outro..., sei lá... no outro ele havia sido ,como sempre, um herói. Acho que é assim que os filhos vêem os pais... heróis!
E quando ele aparecia na televisão, naquele programa onde o apresentador fazia um quadrado com as mãos dizendo: Vai ver o sol nascer quadrado!!!... nossa! Ligava pra todos os meus amigos para eles assistirem e quando chegava na escola ainda tripudiava: Eu não disse que meu pai sairia na televisão. eu disse, eu disse!!!(risos)
Mas o tempo passa rápido. Chegou o ano de 1996 e com ele o concurso para Oficial da Polícia Militar. O que você quer ser quando crescer? Quero ser polícia como meu pai.
Fiz o concurso, passei 3 anos na Academia de Polícia Cel Milton Freire de Andrade e em 20 de dezembro de 2000 fui declarada Aspirante. Das mãos do meu pai, hoje coronel da reserva, recebi a espada que o acompanhou 30 anos de uma vida dedicada a Polícia Militar. Conselhos? Só recebi um: Você tem dois ouvidos e uma boca, use-os com sabedoria!
O sonho da menina que queria ser Tenente se tornou realidade. A história se repete! Dona Fátima, agora mãe e não esposa, toda noite prepara minha farda e a cada manhã, o meu herói renasce em mim. Agora, os Soldados Alcebíades ou Ijailson, param o carro (não tão moderno como o Gol quadradinho) no portão de casa e gritam: Tenente Geórgia, Tenente, já cheguei! E lá vou eu enfrentar o dia. Não prendi nenhum bandido, não encontrei nenhum corpo boiando...e não haveria de encontrar. O Herói havia ficado em casa!
De meu pai herdei o amor pela Polícia Militar... o amor de uma época onde as pessoas vinham para Polícia para servi-la e a encarava como forma de vida. Ainda não tenho filhos, mas posso te responder o que eu gostaria de ouvir ao fazer a velha pergunta...O que você vai ser quando crescer? Quero ser polícia como minha mãe... e meu avô.
Bjus.
Fiquem com Deus.
Texto extraído do Blog Conexão Natal - Capitã Georgia.
Texto extraído do Blog Conexão Natal - Capitã Georgia.
Um comentário:
esqueceu de dizer o q td mundo na PM sabe... q só passou no concurso pq painho era oficial da puliça pois a nota no concurso foi 3,5 e cm isso teria sido reprovada, o papai realmente é seu heroi!!!!!
Postar um comentário