segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Policiais Comunitários




O novo programa de policiamento Ronda Cidadã, recém implementado na Capital potiguar está assumindo a filosofia do policiamento comunitário e pode trazer excelentes resultados em segurança pública para as comunidades atendidas. A filosofia que se pretende aplicar ao policial comunitário da ronda cidadã possui muitos aspectos intangíveis, difíceis de colocar no papel, todavia, podemos traçar alguns aspectos que norteiam a proposta de trabalho destes servidores públicos. Isto tentaremos apresentar ao longo de dois ou três artigos a serem publicados neste vespertino e na rede mundial de computadores no endereço eletrônico www.dicassegura.blogspot.com
 Os policiais comunitários deverão ser receptivos às sugestões e idéias dos cidadãos, e devem ser criativos e inovadores ao traduzir estas colaborações em ações que ajudem a resolver os problemas enfrentados pela comunidade.
Estes policiais também precisarão de liberdade e autonomia - incluindo a flexibilidade do horário. Tais policiais muitas vezes poderão organizar eventos comunitários afim de que a comunidade possa se reunir. A coordenação desses eventos normalmente exige o trabalho durante o horário comercial usual. Ainda assim, o policial necessita de liberdade e de flexibilidade para trabalhar durante a noite, por exemplo, quando existem pessoas que somente poderão ser contatadas neste horário. Isso exige uma grande dose de confiança entre os policiais comunitários e os seus pares e coordenadores.  A confiança é essencial, já que o policial precisa ter a liberdade de fazer o que é melhor para o bairro, embora nem sempre dentro do figurino exato dos horários tradicionais.  
            Deverá haver o engajamento do policial comunitário em um setor específico da comunidade, havendo uma relação de pertinência, em caráter de médio e longo prazo. O elemento chave é a pertinência geográfica. O ideal, para determinar rondas, é possuir limites geográficos distintos que identificam bairros ocupados por pessoas de características semelhantes. No entanto, este ideal não é normalmente atingível, porque raramente a área está definida por limites distintos, como rios ou rodovias, e porque a maioria das comunidades é heterogênea. Por isto, os limites de rondas são em geral determinados de acordo com uma “comunidade de interesse”, baseada em preocupações específicas sobre as desordens e os crimes.
Freqüentemente, um conjunto residencial popular é considerado o limite da ronda; em outros casos, é uma área em torno de uma escola, igreja, ou um enclave étnico ou racial que exiba uma certa homogeneidade. Podem existir áreas que sejam “bairros naturais”, por motivos ligados a história, desenvolvimento, geografia ou etnia. Trojanowics  (Policiamento Comunitário – Como começar”) aconselha que uma vez determinados os limites,  alguns policiais poderiam promover um concurso do tipo “Dê um nome ao seu bairro” para aumentar o sentimento de orgulho dentro da comunidade.

            O tamanho ideal da área a ser percorrida pelo Policial não pode ser grande demais, pois  este ficaria assoberbado e não poderia manter um contato diário face a face, tão importante na filosofia proposta.
É difícil generalizar a respeito do tamanho ideal para qualquer ronda, porque o tamanho depende da densidade populacional, do tamanho geográfico, da quantidade de problemas, do número de lojas, do número de jovens, do número de transeuntes, da homogeneidade da comunidade, assim como de outros fatores.
           Trojanowics indica como “regra de ouro” que a área a ser percorrida seja pequena o bastante para que possa percorrer cada rua (ou cada andar de um edifício) de três em três dias.
        O Policial deve ser capaz de bater em cada porta da área dentro de um período de oito meses (reconhecendo que nem todo mundo estará em casa na hora da tentativa de contato). Se a área for densamente povoada, a ronda deve incluir apenas um ou dois quarteirões.
            Se a área consistir de residências de casas isoladas em terreno grandes, então a ronda poderá ser de muitos quarteirões. Uma área geograficamente maior pode exigir que o policial use uma bicicleta, uma moto ou até mesmo um carro. É importante a consciência de que é melhor ter uma área que se revele pequena demais do que uma área que seja tão grande que o policial não possa manter a comunidade sob controle. Nada impede que uma área estabilizada seja aumentada posteriormente.


2 comentários:

Anônimo disse...

Otima materia major!!! o 11BPM Macaiba perde um excelente profissional mas entende que devemos procurar o nosso sucesso. Muitos tentam mais so alguns poucos conseguem a admiração da tropa pessoas como ten oliveira e o senhor ainda me fazem crer numa pm melhor

Mairton Dantas Castelo Branco disse...

Obrigado, meu caro amigo anônimo. Sempre pensei assim. O pensamento e as ações dedo policiamento comunitário deveriam ser as regras mestras para a ação policial. Não só da PM como também de outros órgãos de segurança como a PC, PF, PRF, GM etc. Bom dia.

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Militar Estadual - Estudante de Direito - Área da segurança pública.