Criminosos fazem novos ataques a carros e cabine da PM no Rio
JOÃO PEQUENO.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA.
Criminosos voltaram a fazer ataques na noite desta segunda-feira no Rio de Janeiro, incendiando três carros e atirando contra uma cabine da Polícia Militar, em dois pontos diferentes da zona norte da cidade, ambos em vias expressas.
O ataque à cabine, do 3º Batalhão da PM, aconteceu pouco após as 22h, em um acesso da avenida Dom Hélder Câmara à avenida Governador Carlos Lacerda (Linha Amarela), próximo ao shopping Nova América.
Segundo o plantão da PM, criminosos passaram em dois carros --um Volkswagen Polo preto e um Fiat Idea prateado-- em alta velocidade, dando rajadas, o que indica possível uso de armas automáticas, como fuzis ou submetralhadoras. Os tiros quebraram os vidros --que, segundo policiais militares do 3º Batalhão, não são blindados-- e atravessaram a parede de alvenaria da cabine.
Apesar disso, o cabo PM que estava na cabine e o motorista de um Fiat Uno, que parara para pedir informações, não foram feridos. Os criminosos fugiram em direção ao Complexo do Alemão, que fica em Ramos, próximo ao local do ataque.
Motoristas que passavam pela avenida Dom Hélder Câmara no momento dos tiros entraram em pânico e voltaram pela contramão. Foi o segundo ataque a uma cabine da PM nesta segunda. Mais cedo, outra cabine havia sido atacada no Irajá, também na zona norte. Neste caso também, nenhum policial militar se feriu.
Incêndio interditou pista da Via Dutra
Na Rodovia Presidente Dutra, a pista central (expressa) sentido Rio de Janeiro foi interditada na noite desta segunda-feira depois que outro grupo de criminosos invadiu a via, roubando dois automóveis e ateando fogo a outros dois, na altura do Jardim América. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, não houve feridos, mas algumas vítimas ficaram em estado de choque. A pista foi liberada pouco antes da meia-noite, quando os bombeiros conseguiram apagar o incêndio e o engarrafamento já chegava a 1 km.
O crime foi registrado na 39ª Delegacia de Polícia (Pavuna). Segundo relatos de vítimas, os bandidos chegaram à Dutra em dois carros, um dos quais identificado como um Chevrolet Vectra. Eles roubaram outros dois automóveis --um Toyota Corolla e um Fiat Palio Adventure--, além de incendiarem outros dois --um Renault Clio e uma caminhonete S1000.
O motorista do Palio, Josefo Borduchi, 32, que ia de São Paulo para o Rio precisou sair descalço do carro, pois os assaltantes roubaram seus tênis e ordenaram que ele deixasse o veículo imediatamente, ameaçando atirar. A caminhonete incendiada estava com um socorrista mecânico, que consertava um carro enguiçado, quando a viu já em chamas.
Ainda de acordo com as testemunhas, agentes da Polícia Rodoviária Federal chegaram a tempo de evitar que os bandidos ateassem fogo a um caminhão que transportava galões de combustível, o que não teria acontecido por pouco.
A polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem saído da favela Furquim Mendes, no Jardim América, suspeitos de terem feito outro arrastão no mesmo local, no domingo (21), no qual Guilherme Feitosa da Silva, 26, que dirigia um Fiat Siena, foi baleado na cabeça. O rapaz foi levado para o hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, e depois transferido para o hospital estadual de Saracuruna, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense). A favela é domimada pela facção criminosa CV (Comando Vermelho).
Terceiro carro da noite é queimado no Estácio
O terceiro carro incendiado foi um Honda New Civic, entre a noite de segunda e a madrugada de terça-feira, na rua Zamenhof, no Estácio --entre a zona norte e a região central. Com estes ataques, sobe para oito o número de carros incendiados desde domingo, quando bandidos atearam fogo em dois veículos após um arrastão na Linha Vermelha, na altura de Duque de Caxias.
Na manhã desta segunda, outros três carros foram incendiados em Irajá, na zona norte --próximo ao primeiro ataque a uma cabine da PM e também à via Dutra. Pouco depois, o coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, atribuíra os crimes a "uma facção criminosa", sem citar o CV, que também domina as favelas próximas aos ataques de domingo.
O único local não dominado pelo Comando Vermelho entre os que tiveram carros queimados desde domingo foi o Estácio, onde o morro de São Carlos tem a criminalidade comandada pela facção rival ADA (Amigos dos Amigos).
Neste fim de semana, a Polícia Civil teve mais informações de que as facções estariam negociando uma união para enfrentar os policiais, e que teriam se reunido no sábado na Rocinha (zona sul), que já foi do CV, mas na última década passou a ser dominada pela ADA. Há duas semanas, o CV entrou em guerra com outra facção, TCP (Terceiro Comando Puro) para tentar tomar favelas em torno de Madureira (zona norte), mas desistiu, depois que um dos seus chefes --Valmir Bernardo da Silva, conhecido como Parazão-- foi morto e decapitado na tentativa de invasão.
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