Nominuto
Garrafas pet, latas de cerveja e refrigerante, cocos, plásticos, tijolos e até cortinas e peças de roupas. Lixo. E no lugar mais inapropriado possível, no fundo da Lagoa do Bonfim, um dos mais importantes fontes de recursos hídricos do Rio Grande do Norte, Área de Proteção Ambiental (APA) e responsável pelo abastecimento de água para várias cidades.
Feriado, sol forte e um convite ao prazer de não fazer nada e aproveitar para usufruir com amigos e familiares um dia inteiro nas margens da lagoa. No fim do dia, porém, o saldo é pesado: o lixo produzido durante todo o dia fica esquecido nas areias ou até mesmo dentro do reservatório de água que serve não apenas para matar a sede, mas para lavar roupa, carro, moto e animais.
Foi neste cenário que 15 alunos e três professores do curso de Ciências Biológicas da Universidade Potiguar, juntamente com uma equipe de seis mergulhadores da Caju Divers, realizou uma ação de conscientização e limpeza da lagoa no dia 12 de outubro. A ação também contou com a presença (e participação ativa no recolhimento do lixo) de 30 crianças da Escola Municipal Francisco Domingos de Souza, localizada naquela comunidade.
Fotos: Zenaide Castro
Antes de entrar na lagoa com os mergulhares, o professor de mergulho Paul Bouffis dá as instruções sobre os cuidados na hora de recolher o material do fundo da lagoa. “Temos que observar se não há peixe dentro das garrafas ou evitar de nos cortar caso haja vidros quebrados”. No final de uma manhã, o grupo de mergulhadores recolheu do fundo da lagoa 12 sapatos, 12 peças de roupas, 24 embalagens, 35 talheres, 39 latas de alumínio, 48 garrafas de vidro e 92 garrafas pet, entre outros objetos.
Essa foi a primeira vez que os alunos de Ciências Biológicas se uniram aos mergulhadores, que todos os anos, no dia 12 de outubro, faz esse trabalho de limpeza e conscientização no local. Segundo a professora do curso, Rosângela Lopes Dias, a idéia é chamar a atenção da população sobre a importância de preservar o meio ambiente e dar um destino adequado ao lixo. “Trata-se de uma área que atrai muitas pessoas, principalmente nos fins de semana e feriados, mas não está havendo um controle e essas pessoas não se preocupam com o lixo, Não existe fiscalização ou qualquer orientação”, afirmou.
O presidente da Associação dos Moradores do Bonfim, Maciel Marinho Macedo, concorda com a professora e completa que o poder público, que deveria se preocupar, não está fazendo nada. “Esquecem que há muita gente que bebe dessa água, que sobrevive dessa lagoa. Precisamos de um trabalho contínuo para melhorar as condições desse importante reservatório”, resume, lembrando que se continuar assim, a Lagoa do Bonfim ficará cada vez mais poluída.
No dia dedicado a elas, as crianças aproveitaram para se divertir e aprender sobre o meio ambiente. Os pequenos colocaram as luvas e não se intimidaram sob o sol forte. Arregaçaram as mangas e saíram pelas margens da lagoa catando o lixo. Depois, colocavam nos recipientes apropriados para a reciclagem, separando o material coletado – papéis (azul), plásticos (vermelho), vidros (verde), metais (amarelo) e orgânico (cinza).
Ao lado das crianças, uma equipe de intervenção dava explicações sobre a reciclagem e outra, da saúde, esclarecia sobre os riscos das doenças provocadas pela poluição da lagoa.
Lagoa do Bonfim abastece uma população de cerca de 220 mil pessoas
A Lagoa do Bonfim faz parte de um complexo formado por seis lagoas que dá ao município de Nísia Floresta o apelido de “Cidade das Águas”, entre as quais também estão Boágua, Urubu, Redonda, Ferreira Grande e Carcará. É a maior lagoa da região litorânea oriental do Rio Grande do Norte e fornece água para o sistema Adutor Agreste-Trairi-Potengi, com 300 km de extensão, suprindo uma população de cerca de 220 mil pessoas.
A Lagoa do Bonfim possui uma área do espelho d'água de 9 km² e uma capacidade de acumulação de 83 milhões de metros cúbicos, sendo o maior reservatório da região litorânea oriental do estado.
A adutora Monsenhor Expedito, a maior do Estado, com 315 Km de extensão, desde o início do seu funcionamento em agosto de 1998, abastece 20 municípios das regiões Trairi e Potengi do RN, captando água diretamente da Lagoa do Bonfim e de sete poços profundos localizados na região, nas proximidades de Natal.
Salvem a nossa preciosa água. Um simples botijão de 20 litros, que sabemos lá se de fato é mineral, custa-nos os olhos da cara e a tendencia é aumentar ainda mais. Dica segura.
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