Ora, o que aconteceu foi que as associações através de seus representantes, depois de ameaça de movimentos sociais, resolveram aceitar a proposta governamental de destinar a quantia de 30 mi para satisfazer o acordo. Isto foi aprovado semana passada pela Assembléia Legislativa após mensagem enviada pelo Governo. Até aqui tudo bem, o Estado cumpriu com sua parte. Repassou aos praças o que foi negociado com as associações e disso ninguém pode reclamar. É fato e é direito.
Todavia, em perfeita desunião, as mesmas associações que aceitaram o aumento proposto, questionam a possibilidade de regulamentação da gratificação de comando e chefia já preexistente e que apenas fora majorada e possivelmente seria extensível aos policiais da reserva. Veja que isso nem sequer foi sancionado e ainda requer correções técnicas. Pasmem. Parece até que praças nunca podem ser oficiais pelo jeito que estão conduzindo a coisa. Há uma exortação à briga e separação das funções que são intrínsecas e inseparáveis entre si. As associações estão brigando, ameaçando inclusive a recorrer ao Ministério Público por conta desta suposta conquista tão esperada pelos Oficiais da PM-RN alcançada através de sua Associação.
Minhas senhoras e meus senhores e isto não pode acontecer. Nunca vimos Oficiais irem de encontro aos benefícios conquistados pelos praças através de seus movimentos não grevistas, já que estas são constitucionalmente proibidas. Pelo contrário, até por que todas as lutas das Praças sempre se revertem de alguma forma, aos Oficiais PMs, isto não se pode negar, muito embora praças hoje tenham alguns benefícios que Oficiais não podem ter como bolsa formação, diárias operacionais recentemente majoradas, expectativas da Bolsa Copa, o que de certa forma, reforça o salário dos praças.
Todavia o que enxergamos é um “merchandising” neste ano político. A briga que se instaura nada mais é do que uma disputa eleitoreira que só prejudica a Policia Militar já tão combalida nestes anos de violência generalizada. Sentimos que é hora de dar um basta nesta situação. Não se podem ver Praças digladiando com Oficiais em refregas mesquinhas como se fossem categorias opostas. Quem perde com isso é a sociedade. Tanto o Soldado quanto o Coronel são importantes na estrutura do policiamento ostensivo e quando há uma ruptura no processo, prejudica-se a qualidade dos serviços. Todos indistintamente merecem o devido reconhecimento.
Prezados amigos, não é dessa forma que se resolverão os problemas de remuneração nem das condições de desempenho do policiamento. E sim, somente no campo do diálogo, do mútuo entendimento e do uso da empatia que podemos trilhar o caminho do reconhecimento da carreira policial militar de dedicação exclusiva. As conquistas estão chegando paulatinamente. Vejam o tramite da PEC 300 e 446 que nos beneficiam a todos.
Por derradeiro é sabido que o cargo de Oficial da PM é privativo de brasileiro nato e conquistado através de concurso público. Ultimamente temos observado dezenas de praças, homens e mulheres que estudam e se esforçam conquistarem vagas no Curso de Formação de Oficiais da PM-RN (CFO). Nós somos uma dessas pessoas. Começamos como soldado, fato do qual muito nos orgulhamos e através também concurso, galgamos adentrar no CFO e hoje trabalhamos em prol da sociedade, sem nos digladiarmos uns com os outros. Estudemos, criemos propostas, apresentemos resultados no dia a dia e o reconhecimento virá. E ah, um último adendo, principalmente para aqueles que instilam substancias contra os PMs da reserva. Não se esqueçam que daqui há alguns anos, estarão também lá e com certeza vão desejar poder pagar um plano de saúde e qualidade de vida descentes. Não se esqueçam. PMs do RN, uni-vos!.
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