Olhando de relance as obras que já se encontram em andamento nas demais Capitais do Nordeste que fazem parte do seleto clube que sediará a copa de 2014, que se iniciaram antes mesmo do anuncio oficial das sedes, vemos que nossa capital está muito aquém de outras como Recife, Fortaleza e Salvador, claro, guardadas as devidas proporções e interesses.
Natal tem pensado pequeno. Pelo menos ouvimos falar em projetos como o metrô de Fortaleza e outras obras estruturantes. Em Salvador o estádio da Fonte Nova já veio ao solo e a obra avança em ritmo da copa das confederações e a cidade se prepara para receber os investimentos de grande monta. A nossa cidade, apesar de já se ter concluído o processo de demolição do Machadão e seguir na parte de terraplanagem, anda bem aquém das outras cidades e ainda por cima perdeu o prazo para essa última competição.
Por outro lado, vislumbrando nossa malha viária atual, percebemos como ínfima para o atual nível de veículos, pedestres e ciclistas que transitam diariamente pelas vias. Aliás, sequer o pedestre é valorizado, pois as obras estruturantes nas vias urbanas não contemplaram bons espaços para pedestres e nem ciclistas, e o pouco que havia, como o da via costeira, foi retirado e colocado no mesmo patamar da calçada. Tirando a obra do prolongamento da Prudente de Morais, ou avenida Omar O`Grady, grande homenagem a um prefeito que pensou grande quando Natal ainda era pequena, o restante se encontra parado.
A duplicação da Avenida das Fronteiras há mais de dois anos se encontra às baratas, causando além de transtornos para todos os moradores, um sério risco à integridade física das pessoas que por ali trafegam, pois quem vem de Nova Natal, Cidade Praia, parte de Nossa Senhora da Apresentação, necessariamente tem que passar por baixo do viaduto inacabado, mal iluminado e inseguro que transpassa a linha férrea. Somente agora fizeram uma espécie de gambiarra e limpeza no local e liberaram o viaduto, mas porque não foi feito bem antes? As árvores que davam vida à Avenida das Fronteiras no lado do Soledade e Santarém foram abatidas há quase três anos em vão porque as obras estão sem previsão de continuidade. Ah o aeroporto! Ia esquecendo, este sim está em andamento há mais de dez anos, todavia a malha viária de acesso ainda continua a mesma coisa, mas é certo que irão fazer, mas é bom pensar grande. Pois é. A Grande Natal está para receber um dos maiores aeroportos da America Latina e ainda não foram iniciadas as obras viárias para ele.
A ponte Newton Navarro inicialmente pensada para ter três faixas de cada lado, como o é a ponte JK em Brasília, ficou apenas com duas, resultado, quando há um acidente, coisa que não é raro por ali, o engarrafamento vai da cabeceira da ponte até a Avenida Itapetinga no Santarém.
Onde estão os projetos do VLT, das melhorias em infraestrutura que em campanhas passadas foram prometidas aos borbotões? Por outro lado, o adensamento populacional com a especulação imobiliária que vem ocorrendo há anos na nossa cidade por iniciativa privada, isso sim é um fenômeno que tem mostrado a cara na capital. O rio Pitimbú está sendo cerceado por condomínios verticais e horizontais e com certeza virará mais um córrego imundo como o é o canal do baldo e o rio das lavadeiras nas Quintas. Já recebe esgoto in natura do presídio e também tem cemitério em suas margens. Olhe que há algumas fontes de água mineral que estão próximas à bacia deste rio.
Hoje temos o plano diretor da cidade que ao meu ver, não tem funcionado corretamente. Por isso a cidade tem sofrido com o caos no trânsito, com a falta de um aparato bom de transporte público, com a falta de saneamento básico, item fundamental para uma grande cidade que deseja ser um marco no que trata o turismo internacional e principalmente e principalmente, sofre com a falta de interesse político em se mudar o “status quo”.
Como se muda esta história? Eu não sei ao certo, mas com certeza, começa por uma mudança de atitude de nós mesmos enquanto eleitores em escolhermos nossos representantes. Este é o principal caminho a ser trilhado para que voltemos a pensar grande, como um dia idealizaram Giácomo Palumbo no seu Plano Geral de Systematização de Natal e o prefeito Omar O´Grady, que planejaram numa cidade a ser projetada e com vista para o futuro.
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