Um dia, minha mãe me disse quando eu ia fazer a inscrição para o concurso da PM: meu filho, com tantas profissões no mercado de trabalho, você vai escolher justamente a de Policial, ainda por cima Militar, que está todos os dias nas ruas, que anda constantemente fardado, visível que enquanto outras instituições estão fechadas, a PM está vinte quatro horas por dia trabalhando para servir e proteger quem mais precise? Tem certeza que é isso mesmo que você deseja para a sua vida?
E eu, com toda a convicção, disse, pois é, minha querida mãe, é isso mesmo que desejo: ficar trabalhando fardado e diuturnamente atendendo as pessoas necessitadas, está dentro de uma viatura operacional da PM atendendo a ocorrências através do rádio ou de chamamentos que a todo momento acontecem durante o serviço diário; desejo patrulhar e mantendo a comunidade segura, quero estar montado em uma motocicleta junto com meus companheiros me deslocando ao sabor dos ventos e me direcionando em auxilio ao público; quero estar montado num belo alazão ou manga larga, fazendo o imponente policiamento montado que tanto encanta as crianças, jovens e adultos nas paradas cívicas; quero estar voando na aeronave da PM, auxiliando nas operações e socorrendo nos casos de maiores urgências; quero tocar na gloriosa banda de música que já trouxe muito orgulho à sociedade potiguar revelando nomes que se destacaram na música clássica internacional; de igual forma, quero participar do corpo de instrutores e professores que ao longo de 177 anos vem formando jovens soldados, sargentos e oficiais para a defesa da população. Mas, mãe, não se trata apenas disso, gostaria também, ao longo dos trinta anos da minha jovem vida que passarei servindo às pessoas, de poder montar guardas nas instituições prisionais e em aquartelamentos velando pelo sono alheio; outros dormirão enquanto passarei frias e quentes noites em companhia dos demais militares em serviço e principalmente de Deus nosso Pai e Protetor zelando pela tranquilidade alheia; quero patrulhar em bicicletas e participar das unidades especializadas da corporação como a Companhia de Proteção Ambiental, de Apoio ao Turista, de Policiamento de Choque e das Operações Especiais; bem como, mãe, também anseio trabalhar na parte administrativa da instituição, fazendo a parte meio, de logística, que é a mola mestra para a polícia funcionar bem; inspiro também fazer parte do contingente de saúde que cotidianamente prima pela salubridade dos homens e mulheres que fazem esta instituição sesquicentenária. Mãe, quero ser Policial Militar, este é meu sonho.
Mãe, por tudo isso, desde minha tenra idade, pensei em ser policial, de poder colocar a farda, a qual hoje com muito orgulho, mas, sem empáfia, envergo. Esta instituição como um todo, iniciada oficialmente quando da chegada da coroa portuguesa nos idos de 1808, e em nosso Estado em 1834, foi forjada à ferro e fogo, suor e sangue no encalço de infratores das cidades e do campo. Surgiu de uma forma simplificada, como um corpo policial, e hoje conta com quase 10.000 pessoas na ativa, de homens e mulheres e mais de 4.000 na reserva, enfim, uma instituição sem par no Rio Grande do Norte.
E como diz a música, uma ode à instituição, o heroico e valoroso hino da Policia Militar, “nós somos os pioneiros, do litoral ao sertão, e também somos guerreiros do Estado e da nação, temos no peito a pujança de combater a desordem, defendendo a segurança e a garantia da ordem” “marchemos na paz na guerra, neste garbo varonil, defendamos nossa terra, para a glória do Brasil”, Canção esta que muito nos honra entoar e nos faz aflorar um sentimento de patriotismo e senso do dever. Assim deve se sentir um membro desta Polícia Militar no auge dos seus 178 anos de existência.
Por fim, mãe, quero defender o próximo, mesmo com o risco da minha vida, e se caso mãe, um dia eu vir a tombar em serviço, estarei bem amparado, nos braços de Deus, porque estarei feliz e terei caido prestando meus serviços e cumprindo o meu dever.
img: IX CSP 2011
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